O dirigente palestino Marwan al-Barghouti, preso em Israel, pediu uma reunião urgente entre os líderes do Fatah, Mahmoud Abbas, e do Hamas, Khaled Meshaal, para conseguir a reconciliação interpalestina. Em entrevista publicada neste sábado, 21, pelo jornal árabe internacional "Al-Hayat", Barghouti ressalta que "o caminho mais curto para colocar fim à divisão (interpalestina) é a realização de uma reunião urgente entre o Comitê Central do Fatah e o Escritório Político do Hamas, com a presença de Abbas e Meshaal".
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Essa reunião deve ser seguida por um encontro entre os responsáveis das outras facções palestinas, acrescenta Barghouti, membro do Comitê Central do Fatah. Barghouti, condenado a cinco prisões perpétuas em Israel por assassinato, é considerado um possível sucessor de Abbas como presidente do Fatah, cargo ao qual o atual líder chegou em 2004, após a morte de Yasser Arafat. O jornal não dá detalhes sobre como fez a entrevista, mas diz que a obteve, possivelmente por escrito, através do advogado do dirigente palestino.
Segundo Barghouti, "não há justificativa" para que o Hamas atrase a assinatura de um acordo de reconciliação com o Fatah, que vem sendo negociado desde março, no Cairo, em conversas que agora estão estagnadas. Barghouti pede que o Hamas acelere a conquista da harmonia nacional palestina, para reforçar a frente interna e a reunificação da autoridade, com a finalidade de enfrentar os grandes desafios.
Além disso, considera que a divisão interpalestina é uma "tragédia que causou um grande dano à luta e às conquistas". "O fim da discórdia é um dever nacional sagrado, religioso e moral que beneficiará o interesse supremo palestino", disse.
Barghouti destaca que as eleições gerais palestinas devem acontecer na mesma data, tanto na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, em um clima de reconciliação e consenso nacionais. "Qualquer tentativa de realizar eleições parciais aprofundará a divisão", adverte o dirigente.
Sobre se pretende lançar sua candidatura nessas eleições, o dirigente responde que, quando for alcançada a harmonia nacional, tomará "a decisão adequada".
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