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Engenheiro morto no Iraque é velado em Juiz de Fora

Corpo de João José Vasconcelos Júnior foi encontrado após dois anos desaparecido

Por redacao
Atualização:

Os restos mortais do engenheiro João José Vasconcelos Júnior, que estava desaparecido no Iraque desde janeiro de 2005, estão sendo velados em Juiz de Fora (MG), onde vivem os pais e irmãos. O corpo, depositado em uma urna lacrada, chegou à cidade mineira no início da madrugada desta sexta-feira. O velório é realizado na Capela 1 do cemitério Parque da Saudade, onde estão poucos familiares e amigos. Os primeiros a chegar foram os irmãos, Luiz Henrique, Carla e Isabel. Há pouco, chegaram os filhos do engenheiro, Rodrigo, Gustavo e Tatiana, e a viúva, Tereza. O sepultamento está marcado para às 16h. A cidade de Juiz de Fora decretou luto oficial nesta sexta. Embora a família de Vasconcellos Jr. já soubesse da localização do corpo há uma semana, a informação só foi revelada nesta quinta-feira pela construtora Norberto Odebrecht e o Itamaraty. Desaparecimento Vasconcellos Jr. desapareceu em 19 de janeiro de 2005 depois que o comboio no qual viajava foi atacado entre as cidades de Baiji e Bagdá, na região conhecida como Triângulo Sunita - uma das mais perigosas e com maior atividade insurgente do país árabe. A confirmação da identidade se deu por meio de exame realizado por peritos forenses, e a repatriação foi realizada com o apoio da Embaixada do Brasil no Kuwait. Nem a Odebrecht nem o Itamaraty deram detalhes sobre o local em que os restos foram localizados e a data do resgate. Citando uma irmã de Vasconcellos, a BBC Brasil informa que o engenheiro foi morto por "ferimentos diversos". Toda a operação que culminou na repatriação nesta quinta-feira foi cercada de sigilo, e os detalhes são mantidos sob reserva em altos escalões do Ministério das Relações Exteriores. "Não sei dizer por que razão há todo esse sigilo, mas suponho que a operação tenha envolvido riscos às pessoas que participaram, já que a situação no Iraque é de muito perigo", explicou um diplomata, sob a condição de não ter o nome divulgado. O funcionário disse que o Itamaraty trabalhou sempre com a possibilidade de que Vasconcellos Jr. estivesse vivo, mas que não houve pagamento de nenhum resgate. Segundo o diplomata, os restos mortais do engenheiro foram trasladados para o Kuwait, e dali para o Brasil. Por meio de nota, o Itamaraty destacou os esforços realizados pela diplomacia brasileira para que o paradeiro de Vasconcellos Jr. fosse revelado. No texto, o governo expressa as condolências à família. Em 2006, o caso voltou ganhar destaque depois que a mãe de Vasconcellos enviou uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na mensagem, Maria de Lourdes pedia mais transparência nas negociações do Itamaraty e da Odebrecht. A construtora, por sua vez, agradece o Ministério das Relações Exteriores e cita os apelos feitos por diversas personalidades esportivas e líderes religiosos para que o engenheiro fosse libertado. "A busca por informações foi desenvolvida de forma ininterrupta e em contato permanente com a família Vasconcellos. Também foram veiculados, na imprensa escrita e em cadeias de televisão nos países árabes, mensagens dos familiares de João. Todas as iniciativas possíveis foram tomadas, com a cautela e a discrição necessárias, tendo em conta a natureza sensível do caso", diz a nota da empreiteira. Com André Mascarenhas e David Moisés, do estadão.com.br

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