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Estado Islâmico diz ter decapitado jornalista dos EUA e mantém outro refém

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Atualização:

Insurgentes do grupo Estado Islâmico divulgaram um vídeo nesta terça-feira que supostamente mostra a decapitação do jornalista norte-americano James Foley, que havia desaparecido na Síria há quase dois anos, e imagens de outro jornalista norte-americano cuja vida dependia das ações dos EUA no Iraque. O vídeo, intitulado "Uma mensagem aos Estados Unidos", foi publicado em sites de mídia social. Não foi imediatamente possível verificar a sua autenticidade. Foley, que trabalhou no Oriente Médio por cinco anos, foi sequestrado em 22 de novembro de 2012 por homens armados não identificados. O também jornalista Steven Sotloff, que apareceu no fim do vídeo, desapareceu no norte da Síria enquanto trabalhava em julho de 2013. Uma mensagem na conta do Twitter criada por sua família para ajudar a encontrá-lo dizia na quarta-feira (horário local): "Nós sabemos que muitos de vocês estão buscando uma confirmação ou respostas. Por favor, tenham paciência até que todos nós tenhamos mais informações e mantenham os Foley nos seus pensamentos e orações." A Casa Branca disse que agentes de inteligência estavam trabalhando para verificar a autenticidade do vídeo. O Estado Islâmico não havia executado cidadãos norte-americanos publicamente. O vídeo foi postado depois que os Estados Unidos retomaram os ataques aéreos no Iraque pela primeira vez desde o fim da ocupação norte-americana em 2011. O grupo militante sunita declarou um califado em partes do Iraque e da Síria em áreas que controla. O vídeo começou com um clipe do presidente dos EUA, Barack Obama, dizendo que havia autorizado ataques no Iraque. "Obama autoriza operações militares contra o Estado Islâmico efetivamente colocando os EUA em cima de uma ladeira escorregadia rumo a uma nova frente de guerra contra os muçulmanos", segundo uma mensagem em inglês e árabe na tela. O vídeo mostrou imagens aéreas em preto e branco de ataques aéreos com um texto dizendo "a agressão norte-americana contra o Estado Islâmico". A pessoa identificada como James Foley e vestindo uma roupa laranja é vista ajoelhada no deserto, enquanto um homem vestido de preto com uma máscara preta fica ao lado dele, segurando uma faca. "Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra os meus verdadeiros assassinos, o governo dos EUA, porque o que vai acontecer comigo é apenas um resultado de sua complacência e da criminalidade", diz o homem ajoelhado. O homem da máscara fala com um sotaque britânico e diz: "Este é James Wright Foley, um cidadão americano, do seu país. Como um governo, você tem estado na vanguarda da agressão contra o Estado Islâmico." "Hoje a sua Força Aérea está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram baixas entre os muçulmanos. Você não está mais lutando contra uma insurgência. Somos um Exército islâmico, e um Estado que tem sido aceito por um grande número de muçulmanos em todo o mundo." Após sua declaração, ele decapita o homem ajoelhado. No fim do vídeo, palavras no outro lado da tela mostram "Steven Joel Sotloff" como outro prisioneiro num uniforme laranja. "A vida deste cidadão norte-americano, Obama, depende da sua próxima decisão", diz o homem mascarado. Foley, um jornalista freelancer, estava cobrindo a guerra civil da Síria para o GlobalPost. Em 2011, ele foi mantido refém por 45 dias por forças leais ao ex-líder líbio Muammar Gaddafi. Sotloff também é um jornalista freelancer com reportagens publicadas na revista Time e Foreign Policy. Ele trabalhou na Síria, Líbia e Iêmen. (Reportagem de Alexander Dziadosz, em Bagdá; e de Oliver Holmes, em Beirute)

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