Facções negam pacto com Hamas para conter ataques a Israel

Grupos armados afirmam que não há decisão unânime para deter a resistência contra a ocupação israelense

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Por Redação
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Várias facções palestinas negaram nesta segunda-feira, 23, terem chegado a um acordo com o movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, para interromper o lançamento de foguetes contra cidades do sul de Israel, a fim de impedir contra-ataques de retaliação.

 

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"Não existe uma decisão unânime para deter a resistência. O povo palestino está sob ocupação e a resistência deve poder ser exercida em qualquer momento e lugar", ressaltou Kayed al-Ghul, um dos principais dirigentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP). Ghul confirmou que o Hamas pediu a seu grupo a interrupção dos ataques com foguetes, mas ressaltou que ainda não respondeu à proposta.

 

No sábado passado, o ministro do Interior do Hamas em Gaza, Fathi Hamed, revelou um acordo com os grupos armados palestinos para cessar os ataques não coordenados contra Israel, em particular com foguetes, embora sem abrir mão da luta armada.

 

A Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) tomou distância do suposto pacto ao considerar "inaceitável que uma parte (Hamas) defina os mecanismos e meios de resistência". Segundo Talal abu Zarifa, um dos líderes da FDLP, a facção "não está em absoluto vinculada a esse acordo". Já o dirigente da Jihad Islâmica Khaled al-Batsh ressaltou que sua milícia "não largará as armas" enquanto Israel "continuar sua ocupação e escalada de violência".

 

Desde janeiro o Hamas não lança foguetes contra Israel, depois que o país deu fim a uma ofensiva de três semanas que tinha o objetivo de conter os ataques quase diários de grupos militantes palestinos. Na ocasião, 1.400 palestinos foram mortos, incluindo centenas de civis, de acordo com estimativas da ONU. Do lado israelense foram 13 baixas. Desde então, outros grupos têm realizados ataques a Israel, embora em menor escala.

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