Incêndio em mesquita de Israel é atribuído a judeus radicais

Ministro da Segurança afirma que autoridades já estão investigando ataque

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TUBA-ZANGARIYA - Uma mesquita em um vilarejo de beduínos em Israel foi incendiada e teve suas paredes grafitadas durante a noite de domingo para segunda-feira, em um ataque que as autoridades atribuem a colonizadores judeus ultraconservadores.

 

O fogo consumiu livros sagrados e um carpete na mesquita no vilarejo de Tuba-Zangariya, no norte do país, com as palavras em hebraico na entrada do prédio. Os termos pixados eram termos usados por judeus conservadores para descrever as represálias contra os palestinos e suas propriedades. Asher Palmer, colonizador da Cisjordânia, e seu filho foram mortos em um acidente de carro no dia 23 de setembro que, segundo a polícia, foi causado por palestinos que jogavam pedras. "Isso é terror... Não podemos consentir com essa prática", disse o ministro da Segurança Interna israelense, Yitzhak Aharonovitch, sobre o ataque à mesquita, dizendo à Rádio Israel que a polícia da Cisjordânia e a agência de inteligência doméstica Shin Bet estão ajudando a investigar o incidente. "Nós pegaremos os perpetradores, tanto na Judéia e Samaria (Cisjordânia) e aqui em Tuba", disse ele. O morador de Tuba Jamal Zangariya culpou os rabinos da cidade judaica de Safed, nas proximidades, pelo que descreveu como incitação contra os árabes. O ataque à mesquita levou muitos moradores a participarem de um protesto em um entroncamento próximo, onde foram dispersados pela polícia. Os árabes, em sua grande maioria muçulmanos, formam cerca de 20% da população do país judaico. Muitos reclamam de discriminação e as relações sectárias ficaram mais estremecidas por causa das repressões de Israel contra palestinos. "É injusto que um judeu danifique algo que é sagrado a outra religião. Esse ato é não-judaico, ilegal, imoral e nos traz uma grande vergonha", disse o presidente israelense, Shimon Peres, que visitou a mesquita com dois rabinos chefes de Israel. Para alguns colonos, o slogan "etiqueta de preço", um dos pixados na mesquita, significa retorno por qualquer limite israelense nos assentamentos da Cisjordânia, tomada por Israel em uma guerra de 1967 e onde os palestinos esperam criar um Estado independente. Duas mesquitas sofreram vandalismo no território no mês passado seguindo-se a demolições parciais pelo Exército israelense em um assentamento judaico não-autorizado.

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