DUBAI - O Irã pode destruir bases militares dos EUA no Oriente Médio e atacar Israel em questão de minutos caso sofra um ataque, disse a imprensa iraniana nesta quarta-feira, 4, no terceiro dia de testes de mísseis pela Guarda Revolucionária. Veja também:EUA aumentam forças no Golfo Pérsico em recado para o IrãIrã testa mísseis de médio alcance TV ESTADÃO: Irã realiza manobras militaresIsrael sugere que poderá atacar o Irã se a diplomacia e as sanções não convencerem a República Islâmica a abandonar seu polêmico programa nuclear. Os EUA tampouco descartam uma ação militar, mas tentam impedir seus aliados israelenses de agirem precipitadamente. "Essas bases estão todas ao alcance dos nossos mísseis, e as terras ocupadas (Israel) também são um bom alvo para nós", disse Amir Ali Haji Zadeh, comandante da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, à agência de notícias Fars. Haji Zadeh disse que 35 bases dos EUA estão ao alcance dos mísseis balísticos iranianos, que segundo os comandantes iranianos podem atingir alvos a até 2.000 quilômetros de distância. "Pensamos em medidas que mobilizem mísseis para destruir todas essas bases nos primeiros minutos após um ataque", acrescentou. Não ficou claro a quais bases exatamente Haji Zadeh se referia. As instalações militares nos EUA estão localizadas no Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Turquia. Além disso, o país tem cerca de dez bases no Afeganistão e Quirguistão, na Ásia Central. Analistas de defesa dizem que o Irã costuma exagerar as afirmações sobre o seu poderio militar, e que a República Islâmica não teria como fazer frente aos sofisticados sistemas de defesa dos EUA. A imprensa iraniana noticiou nesta semana que a série de testes batizada de "Grande Profeta 7", envolvendo dezenas de mísseis e aviões teleguiados de fabricação local, teria conseguido destruir bases aéreas simuladas. O Irã intensificou sua retórica anti-Ocidente depois da entrada em vigor, no domingo, de um embargo total da União Europeia contra a importação de petróleo iraniano, a fim de pressionar o país a abandonar seu programa atômico. Potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas atômicas, algo que a República Islâmica nega.