Israel está correto com ceticismo sobre paz no Oriente Médio, diz Obama

Presidente americano se diz esperançoso, mas não está 'cegamente otimista' com as negociações

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Atualização:

Netanyahu e Obama na reunião de terça-feira na Casa Branca.

 

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JERUSALÉM - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que há esperanças para a paz no Oriente Médio, embora não esteja "cegamente otimista" que isso vá acontecer, informa nesta quinta-feira, 8, a versão online do jornal israelense Ha'aretz.

 

Segundo o jornal, em uma entrevista dada à mídia israelense que ainda será transmitida, Obama disse que o governo de Israel está certo em manter o ceticismo a respeito do processo de paz com os palestinos. Durante a entrevista, ele disse que várias pessoas achavam que a fundação do Estado de Israel era impossível, e que só passou a existir graças a "uma grande fonte de esperança".

 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem Obama se encontrou na terça, prometeu a Obama que tomaria passos para estabelecer a confiança dos palestinos nas próximas semanas. Os dois líderes se encontraram por cerca de 90 minutos e discutiram principalmente a questão do processo de paz no Oriente Médio, além de assuntos do setor nuclear.

 

"Será necessária uma série de medidas em prol da confiança para que as pessoas tenham certeza de que esse não será mais um processo de conversas e sem ações", disse Obama na entrevista. "Acredito que o premiê Netanyahu queira a paz. Creio que ele assumirá riscos pela paz. Acreditamos que essas ações levem ao diálogo direto, e acredito que o governo de Israel esteja pronto para isso", disse o americano.

 

Na quarta-feira, Netanyahu disse às lideranças judias nos EUA que as conversas diretas com os palestinos começariam "em breve", mas avisou que elas seriam "muito, muito duras". Antes de viajar para Washington, o premiê havia dito que avisou o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para se preparar para o diálogo direto, já que é a única forma de fazer avanços pela paz.

 

As negociações indiretas haviam sido paralisadas no início de 2009 e foram retomadas neste ano graças aos esforços de George Mitchell, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. A criação de um Estado palestino, a situação dos refugiados, a expansão dos assentamentos judaicos e o status de Jerusalém são alguns dos pontos-chave nas discussões de paz da região.

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