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Ministro israelense afirma que discussão sobre Estado palestino é 'perda de tempo'

Avigdor Lieberman, das Relações Exteriores, classificou como 'enganadora' proposta palestina que prevê acordo de paz e desocupação de territórios

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Por Redação
Atualização:

JERUSALÉM - O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, descreveu nesta quinta-feira, 18, como um artifício enganador um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU proposto por palestinos que prevê um acordo de paz dentro de um ano, assim como a desocupação dos territórios palestinos até o fim de 2017.

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"Certamente isso não vai acelerar um acordo, porque sem o consentimento de Israel, nada vai mudar", disse Lieberman em comunicado.

O projeto de resolução foi submetido formalmente pela Jordânia ao conselho formado por 15 países, o que significa que pode ser colocado em votação já 24 horas após a apresentação, embora isso não seja uma garantia. Alguns projetos nunca chegaram a ser votados.

Lieberman disse que uma medida unilateral na ONU, que viria em seguida ao fracasso das negociações mediadas pelos Estados Unidos sobre a criação de Estado palestino em abril, apenas aprofundaria ainda mais um conflito que já dura uma década.

"Seria melhor se o Conselho de Segurança lidasse com questões realmente importantes para os cidadãos do mundo, tais como os ataques assassinos esta semana na Austrália e Paquistão, ou as discussões sobre Síria e Líbia, e não desperdiçar tempo com os artifícios dos palestinos", disse.

Os palestinos buscam formar um Estado incluindo Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, áreas capturadas por Israel na guerra de 1967 no Oriente Médio. Israel se retirou de Gaza em 2005, mas continua a bloquear o enclave, que é controlar pelo Hamas, considerado inimigos dos israelenses.

Nove votos são necessários para que a resolução seja adotada, o que forçaria os EUA, aliados mais próximos de Israel, a decidirem se vetam ou não a decisão. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse na terça que os EUA não fizeram "nenhuma determinação sobre linguagem, abordagem, resoluções específicas ou nada do tipo".

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França, Grã-Bretanha e Alemanha também preparam uma resolução, na qual seria proposta a conclusão das negociações de paz no prazo de dois anos, segundo o chanceler francês, Laurent Fabius. O projeto palestino já submetido parece ecoar algumas das ideias dos europeus.

Enquanto os comentários de Lieberman foram desdenhosos em relação à resolução, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou estar alarmado com a pressão internacional para que Israel se retire dos territórios ocupados, alegando que militantes islamistas entrariam assim que os israelenses saíssem.

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