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Rabinos fazem visita conciliatória a mesquita atacada na Cisjordânia

Religiosos deram 20 cópias do Alcorão a palestinos, após exemplares terem sido queimados

Por AP
Atualização:

Ativista pacífico e rabino Menachem Froman posa para foto com um dos Alcorões dados

 

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BEIT FAJJAR, CISJORDÂNIA- Seis rabinos dos assentamentos judaicos na Cisjordânia deram um passo nesta terça-feira, 5, para diminuir a tensão gerada por um ataque a uma mesquita na região palestina, aparentemente realizado por colonos extremistas. O grupo ofereceu 20 novos exemplares do Alcorão para substituir os que foram queimados no incidente.

 

Palestinos seguravam páginas dos livros sagrados do islã queimados durante a visita dos religiosos à mesquita do vilarejo de Beit Fajjar. O local não foi seriamente danificado pelos ataques.

 

O rabino Menachem Froman, do assentamento vizinho de Tekoah,o líder da visita reconciliatória, afirmou que os que cometeram o ataque "são opostos à paz". Segundo Fromam, esta era sua terceira visita a uma mesquita que tinha sofrido ataques pelos quais colonos judeus foram culpados.

 

Recebendo as cópias do Alcorão, um líder palestino disse que aceitava a oferta em nome de prisioneiros palestinos em cárceres israelenses.

 

Após a visita, ocorreram pequenos confrontos, nos quais jovens palestinos jogaram pedras em soldados israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo e granadas. Não houve relatos de feridos.

 

Em outro enfrentamento, ativistas israelenses, colonos e a polícia entraram em luta corporal no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, e dois israelenses foram presos, segundo os ativistas. A polícia não confirmou as detenções.

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Israelenses e palestinos denunciaram o incêndio ontem. Os agressores picharam palavras em hebreu nas paredes da mesquita, incluindo a mensagem "vingança".

 

Políticos do Estado judeu condenaram rapidamente as ações. O premiê Benjamin Netanyahu ordenou suas forças de segurança a "agirem com determinação" para trazer os incendiários à Justiça. O ministro de Defesa Ehud Barak descreveu o incêndio como "um ato vergonhoso".

 

O ataque ocorreu enquanto negociadores palestinos e americanos tentam salvar o diálogo de paz, minado pelo fim da moratória de dez às construções de novos assentamentos na Cisjordânia, que terminou em 26 de setembro.

 

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que não daria seguimento às conversações se Israel não renovar o congelamento das construções, o que foi rejeitado pelo Estado judeu. Netanyahu, no entanto, insiste para que Abbas continue no processo de paz mesmo assim.

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