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Últimos homens de força internacional deixam base-chave no Afeganistão

Por KAY JOHNSON
Atualização:

Aviões e helicópteros retiraram os últimos homens das forças de segurança dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha de uma base-chave no sul do Afeganistão nesta segunda-feira, um dia depois de a coalizão internacional fechar a enorme instalação e entregar seu controle aos militares afegãos. A retirada de tropas e o fechamento da base na província de Helmand fazem parte de uma das maiores operações no encerramento da missão de combate internacional no Afeganistão, 13 anos após a derrubada do regime islâmico radical do Taliban. A operação desta segunda-feira transcorreu pacificamente, como parte de uma redução planejada, embora houvesse uma sensação de déjà vu entre alguns soldados. "Foi surreal", disse o oficial de comunicações da Marinha capitão Anthony Nguyen, de 33 anos, de Houston, no Texas. "Nós não somos refugiados ou qualquer coisa assim, mas me lembra de cenas do Vietnã, de pessoas correndo para os helicópteros... só esta corrida louca para a aeronave", acrescentou Nguyen, que é vietnamita-americano. A força internacional liderada pela Otan agora está mudando para um papel reduzido de apoio aos recém-criados Exército e polícia do Afeganistão na luta contra um Taliban ressurgente. As baixas entre civis e forças de segurança afegãs estão perto de máximas históricas este ano, com centenas de mortos e feridos a cada mês no conflito. A retirada dos últimos militares norte-americanos e britânicos da base combinada de Camp Leatherneck e Camp Bastion foi realizada ao longo de 24 horas quase ininterruptas de voos entre Helmand e o Campo Aéreo de Kandahar, o centro de aviação no sul do Afeganistão. Para os fuzileiros navais norte-americanos e as forças britânicas deixando Helmand a retirada aérea foi a primeira parada no caminho de casa. Todos serão levados para fora do Afeganistão até o final do ano, e alguns dentro de poucos dias. Helmand foi o foco de um aumento de tropas estrangeiras em 2010 para recuperar o controle das mãos do Taliban. No seu auge, a força liderada pela Otan tinha cerca de 140.000 militares de cerca de 50 nações. Até 1º de janeiro ficarão apenas 12.500 forças estrangeiras no país, sendo 9.800 norte-americanos, para aconselhar e treinar as forças de segurança afegãs, que foram construídas quase a partir do zero nos últimos anos.

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