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O Irã Sob o Chador

Na próxima segunda-feira (30/8), a partir das 19 horas, estarei com Marcia Camargos no CineSesc, para a noite de autógrafos do nosso livro O Irã Sob o Chador, duas brasileiras no país dos aiatolás (Editora Globo, 240 págs). Seria muito bom encontrar os leitores do blog por lá.

Por adrianacarranca
Atualização:

Estão todos convidados!

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SOBRE O LIVRO Que país é esse?

Em O Irã Sob o Chador, Adriana Carranca e Marcia Camargos revelam o caldeirão de contradições de uma nação enigmática, onde a cordialidade do povo resiste como valor num cotidiano de escassas liberdades individuais.

Chador é um tipo de manto islâmico, usado no Irã para cobrir o corpo feminino. Só o rosto fica à mostra. O traje é obrigatório em mesquitas e outros lugares sagrados, e conta com a preferência das iranianas do segmento mais conservador da sociedade. Assim como as formas de suas mulheres, o Irã apresenta-se ao olhar ocidental de maneira enigmática, oculto sob o espesso chador do nosso preconceito e desinformação acerca do Oriente Médio em geral e de cada país da região, em específico.

Em viagens realizadas em momentos e circunstâncias diferentes, as jornalistas Adriana Carranca e Marcia Camargos tiveram a oportunidade de conhecer um país que não cabe na simplificação dos estereótipos.

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O Irã Sob o Chador (Editora Globo) é o resultado da descoberta comum de uma realidade singular, num dos raros lugares do mundo ainda resistentes aos efeitos da globalização. Um cenário de conflitos permanentes entre arcaico e moderno, religioso e secular, opressivo e libertário.

Um país onde mulheres e homens ainda sentam em partes diferentes do ônibus, mas circulam apertados em táxis compartilhados por ambos os sexos. Exceto nos carros da cooperativa de taxistas femininas, que tem como clientela tanto as iranianas conservadoras (que não aceitam viajar com homens) como as liberais (que, em companhia feminina, se sentem à vontade para usar roupas um pouco mais ousadas). Um lugar onde, apesar das tentativas do governo de proibir acesso a sites como Twitter e Facebook, reúne 1,4 milhão de usuários e 800 mil contas ativas nessas redes sociais, respectivamente.

Desnudando as camadas do chador que envolve o Irã, Adriana e Marcia revelam uma sociedade pulsante que, à revelia do poder constituído, impulsiona o país. Um lugar que produz uma das mais instigantes cinematografias do mundo, mas que não hesita em usar a censura prévia (ou mesmo a prisão) para intimidar seus cineastas. Uma sociedade de machismo opressivo, no seio da qual emergiu a ativista Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz em 2003. Um caldeirão fervilhante, no qual nacionalismo, juventude e desejo de mudança se mesclam ao deslumbramento com o mundo que está do lado de fora do chador, e que ficou mais próximo com a internet.

Adriana Carranca é repórter de O Estado de S.Paulo. Como jornalista, esteve no Afeganistão, Irã, Inglaterra, EUA, Canadá, México, Haiti e outros. Fez o Master em Jornalismo para Editores, do Instituto Internacional de Ciências Sociais e Universidad de Navarra, e é mestre em Políticas Sociais pela London School of Economics (LSE). Em 2006, recebeu o Dag Hammarskjöld Scholarship e passou três meses como correspondente na ONU, em Nova York. É Jornalista Amiga da Criança, pela Andi, e participa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Márcia Camargos é jornalista com pós-doutorado em história pela USP. Tem 19 livros publicados e vários prêmios literários. Antes de viajar a Teerã para o Festival Cine Verité em 2008, havia escrito A travessia do albatroz, sobre um iraniano refugiado no Brasil. Co-organizadora da Mostra de Cinema Imagens do Oriente, é sócia da Usina de Conteúdo Produtora Cultural, biógrafa de Monteiro Lobato e curadora das suas obras completas relançadas pela Editora Globo.

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