adrianacarranca
19 de setembro de 2007 | 20h31
No Shopping Safavieh, no bairro de Valiasr, onde vive a classe média alta sofisticada da capital iraniana, passo por vitrines que exibem as mais famosas marcas internacionais, como Gucci, Versace e Dolce & Gabbana, até chegar à loja de Amir, o vendedor de véus, numa galeria vizinha chamada Ghaem. Ele diz que as vendas caíram 30% no primeiro semestre e que, com o aumento do cerco da política contra as jovens mais modernas e ousadas, está difícil vender os modelos mais coloridos, alguns bordados à mão, que ele retira da prateleira para me mostrar. Levo um deles, na cor azul. Ao chegar em casa, por curiosidade, leio a etiqueta de pano presa ao tecido: “Made in Índia”.
Com o aumento dos gastos públicos e o crescimento da inflação, oficialmente, em 12% ao mês, embora especialistas acreditem ser muito mais, o Irã enfrenta problemas econômicos, apesar dos ganhos com petróleo. Ao mesmo tempo, as sanções aplicadas por países do Ocidente, em reação ao programa nuclear iraniano, fizeram com que o País intensificasse acordos comerciais com os asiáticos China, Índia e Paquistão. Ficam ali pertinho, o que diminui os custos da importação. Daí a dificuldade de encontrar produtos iranianos.
Leia aqui o Dossiê Irã
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.