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Colômbia: uso indevido de emblema da Cruz Vermelha contraria leis internacionais

Por adrianacarranca
Atualização:

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, admitiu o uso de um emblema falso da Cruz Vermelha no resgate de Ingrid Betancourt e 14 reféns mantidos pelas Farc, no dia 2 - pelo menos um oficial da força de segurança que atuou na operação vestia um casaco com o símbolo da organização humanitária. O uso indevido do emblema da Cruz Vermelha viola o Protocolo Adicional II, das Convenções de Genebra, de 1949, e portanto fere as leis internacionais e os instrumentos interamericanos de direitos humanos.

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O símbolo da Cruz Vermelha serve como espécie de visto de acesso às zonas de guerra para agentes humanitários que atuam na proteção e assistência às vítimas, principalmente civis não envolvidos nos conflitos. Seu mal uso pode colocar em risco a vida dos agentes e prejudicar o trabalho, uma vez que atinge a credibilidade da organização que, para realizar a ajuda humanitária, assume uma posição de neutralidade política frente aos conflitos.

"O emblema da Cruz Vermelha deve ser respeitado em quaisquer circunstâncias e seu uso sem autorização é proibido", disse Yves Heller, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia. O governo colombiano pediu desculpas à Cruz Vermelha pelo "incidente" e informou que o oficial agiu "por nervosismo" e sem autorização. Os reféns foram resgatados em um helicóptero militar Mi-17 pintado de branco e os agentes colombianos vestiam roupas de civis - alguns tinham camisetas estampadas com o rosto de Che Guevara. O uso do emblema da Cruz Vermelha foi primeiro noticiado pela CNN.

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