Nas negociações climáticas, os australianos estão no chamado grupo Guarda-Chuva, junto com EUA, Rússia, Canadá, Nova Zelândia, Japão, Noruega e Ucrânia. Basicamente países desenvolvidos fora da União Europeia. Eu disse numa das reportagens que "países do grupo Guarda-Chuva" já tinham dito que não aceitariam um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Mas, para deixar bem claro, não são todos os países. Quem fala isso claramente é o Japão, a Rússia e o Canadá.
A Embaixada da Austrália me enviou um e-mail para não deixar nenhuma dúvida.
Seguem as informações:
"Apesar da Austrália ser parte do grupo conhecido como Guarda-Chuva, ela jamais afirmou que é contra a continuação do protocolo. A posição da Austrália é que ela assinará o segundo período se algumas outras condições forem incluídas no acordo final, por exemplo, se outros países que emitem em grandes quantidades também assinarem o acordo.
Deve-se observar que, apesar de vários países fazerem parte do chamado grupo Guarda-Chuva, não há a obrigatoriedade de assumirem uma mesma posição. A Noruega e a União Europeia, por exemplo, também adotam posturas diferentes de outros países do grupo, como Canadá, Rússia e Japão - estes sim - que anunciaram ser contra a continuação do protocolo.
(...) No dia 08 de novembro, o governo australiano aprovou um pacote de medidas em prol do meio ambiente, que incluem, entre outras, a adoção de imposto sobre carbono. Com isso, o país se junta à restrita lista de localidades que já aprovaram tal medida (como União Européia e a Califórnia)".
Agradeço à embaixada pelos esclarecimentos.
Na verdade, a Austrália tem uma posição parecida com a da União Europeia, que diz que assinará o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto se os maiores emissores atuais (como China, Índia, EUA e Brasil) aceitarem iniciar a negociação para um acordo global, com valor jurídico, para todos os países. Ou seja, não é contra a continuidade de Kyoto, mas coloca condições para isso. Vamos ver se as condições serão cumpridas...