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Austrália bem na fita em Durban

A Austrália tem sido elogiada aqui na COP-17 (e antes dela foi mencionada positivamente pela chefe de clima da ONU, Christiana Figueres) por ter aprovado uma lei de mudanças climáticas que cria uma taxa de carbono no país.

Por Afra Balazina
Atualização:

Nas negociações climáticas, os australianos estão no chamado grupo Guarda-Chuva, junto com EUA, Rússia, Canadá, Nova Zelândia, Japão, Noruega e Ucrânia. Basicamente países desenvolvidos fora da União Europeia. Eu disse numa das reportagens que "países do grupo Guarda-Chuva" já tinham dito que não aceitariam um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Mas, para deixar bem claro, não são todos os países. Quem fala isso claramente é o Japão, a Rússia e o Canadá.

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A Embaixada da Austrália me enviou um e-mail para não deixar nenhuma dúvida.

Seguem as informações:

"Apesar da Austrália ser parte do grupo conhecido como Guarda-Chuva, ela jamais afirmou que é contra a continuação do protocolo. A posição da Austrália é que ela assinará o segundo período se algumas outras condições forem incluídas no acordo final, por exemplo, se outros países que emitem em grandes quantidades também assinarem o acordo.

 

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Deve-se observar que, apesar de vários países fazerem parte do chamado grupo Guarda-Chuva, não há a obrigatoriedade de assumirem uma mesma posição. A Noruega e a União Europeia, por exemplo, também adotam posturas diferentes de outros países do grupo, como Canadá, Rússia e Japão ­- estes sim - que anunciaram ser contra a continuação do protocolo.

 

(...) No dia 08 de novembro, o governo australiano aprovou um pacote de medidas em prol do meio ambiente, que incluem, entre outras, a adoção de imposto sobre carbono. Com isso, o país se junta à restrita lista de localidades que já aprovaram tal medida (como União Européia e a Califórnia)".

 

Agradeço à embaixada pelos esclarecimentos.

Na verdade, a Austrália tem uma posição parecida com a da União Europeia, que diz que assinará o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto se os maiores emissores atuais (como China, Índia, EUA e Brasil) aceitarem iniciar a negociação para um acordo global, com valor jurídico, para todos os países. Ou seja, não é contra a continuidade de Kyoto, mas coloca condições para isso. Vamos ver se as condições serão cumpridas...

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