Brasil ganha prêmio ao contrário

O Brasil chamou a atenção negativamente nesta quinta-feira em Durban ao ganhar o prêmio Fóssil do Dia, concedido a países que têm atitudes pouco sustentáveis ou que dificultam as negociações de um acordo nas Conferências do Clima.

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Por Afra Balazina
Atualização:

O País foi premiado por causa da possibilidade de alteração do Código Florestal. Segundo as ONGs que entregam o Fóssil, o País que sediou a Eco-92 e vai receber a Rio+20 no ano que vem pode aprovar uma lei que será um "desastre para as florestas brasileiras, para o clima" e "para a preservação da biodiversidade".

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"Aparentemente, a ministra do Meio Ambiente (Izabella Teixeira) atrasou sua viagem a Durban por causa das negociações da legislação florestal no Congresso. Nós sinceramente convidamos a ministra a vir a Durban, receber esse prêmio e explicar ao mundo como cortar árvores reduzirá as emissões de gases-estufa", afirmam as ONGs.

O embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil na COP-17, tem dito que a lei não impedirá o País de cumprir suas metas de reduzir entre 36% e 39% as emissões até 2020, comparado ao nível de emissões se nada fosse feito. Ele disse durante a semana que "será impossível que o Código Florestal agrade a todos", mas que acredita que ele "vai permitir que o Brasil continue cumprindo seu esforço de redução das emissões do desmatamento".

Nesta primeira semana da COP-17, o Canadá foi o país que mais vezes recebeu o prêmio ao contrário. O Climate Action Network (CAN) ressaltou que o país fez muitas promessas vazias nos anos recentes e que continua a não ter um plano para atingir suas fracas metas no Protocolo de Kyoto. Além de não cumprir o objetivo no primeiro período desse tratado, já disse que não vai participar de uma segunda fase de Kyoto.

As ONGs criticam o fato de o Canadá ter concordado que é preciso agir rápido para evitar que a temperatura média do planeta aumente mais de 2ºC. Mas que o país mesmo não faz nada para contribuir.

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