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Por Afra Balazina
Atualização:

Sempre que viajo de avião acontece a mesma coisa: fico com culpa por usar copos descatáveis de plástico e saber que eles não serão reciclados. Tento reutilizar o mesmo copo ao longo do trajeto todo, coisa que aparentemente poucos se preocupam em fazer. Apenas o chá e o café são servidos em canequinhas. Recentemente, a revista Época publicou uma reportagem interessante falando do tanto de lixo produzido pelos viajantes da classe econômica e questionando porque a reciclagem ainda não tinha chegado às empresas aéreas. É uma boa discussão. Muito mais gente viaja hoje em dia, várias companhias têm focado na classe C e a tendência é uma grande popularização desse tipo de transporte. Portanto, é imprescindível que se pense em como reduzir o impacto ambiental do setor. Nas negociações climáticas, existe uma pressão sobre as empresas aéreas para elas reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. E as empresas têm se reunido para debater a questão - elas sabem que, inevitavelmente, terão de fazer alguma coisa. O transporte naval, que utiliza um combustível bastante "sujo", também é alvo de campanhas. Além de contribuir para as mudanças climáticas, ainda afeta a saúde das pessoas que moram perto de portos. Na COP-16, que começou nesta segunda-feira em Cancún (México), dificilmente serão definidas metas para os dois setores. Mas seus representantes estarão na reunião, certamente, acompanhando as negociações. Eu acho que seria produtiva uma pressão dos consumidores para agilizar esse processo. Seria bacana ver uma concorrência entre empresas aéreas que tivessem uma espécie de "selo verde" e demonstrassem uma real preocupação com o ambiente. Quem topa se engajar e cobrar as companhias?

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