Foto do(a) blog

Os Hermanos

"Percam rapazes! Por favor, percam o jogo!"

"Percam, rapazes, por favor! Percam pela pátria", disse Julio Roca aos jogadores argentinos no distante 1912. Tempos em que o futebol era levado, ad hoc, na esportiva. Roca, em 1907 entre Campos Salles e o Barão do Rio Branco

PUBLICIDADE

Por arielpalacios
Atualização:

Naquele ano os dois países estavam mergulhados em tensões comerciais e militares. Roca, que havia protagonizado a primeira visita de um presidente argentino ao Brasil em 1899, era considerado um "brasilianista".

PUBLICIDADE

Por esse motivo, foi enviado em missão especial pelo presidente Roque Sáenz Peña para desativar os conflitos com o Brasil.

A visita de Roca coincidiu com o nonagésimo aniversário da proclamação da independência do Brasil. Enquanto participava das festas do 7 de setembro no Rio de Janeiro, o combinado da Associação Argentina de Futebol jogava com o combinado de São Paulo, em São Paulo. O jogo terminou com um placar a favor dos visitantes de 6 a 3. Ambos lados festejaram o resultado esportivamente.

Haveria uma revanche no dia 10, no Rio, quando os argentinos enfrentariam um combinado carioca. Mais uma vez, os visitantes venceram, com placar de 4 a 0. Enquanto isso, Roca negociava com o governo do presidente Hermes da Fonseca.

No dia 15, foi a vez do grupo argentino enfrentar o combinado brasileiro. Segundo o historiador Daniel Balmaceda, autor de "Histórias Inesperadas da História Argentina" o jogo começou às 15:35 horas, perante 7 mil torcedores no Campo das Laranjeiras.

Publicidade

Na época, o futebol não movimentava grandes volumes de dinheiro (era amador), nem ainda estava intrínsecamente amarrado a fanatismos (e em nenhum dos dois países existiam hooligans ou 'barrabravas'). Nas arquibancadas, os torcedores brasileiros agitavam bandeirinhas do Brasil e da Argentina. A multidão cantou o Hino brasileiro. Na sequência, os argentinos, como cavalheiros, posicionaram-se na frente do palco oficial e deram três hurras ao Brasil.

O jogo começou, enquanto a torcida brasileira aplaudia os passes de ambos lados. A Argentina fez o primeiro gol. Os jogadores argentinos foram parabenizados e abraçados pelos jogadores brasileiros.

Mas, três minutos depois os argentinos fizeram o segundo gol. Houve aplausos, mas em menor volume.

Antes do primeiro tempo terminar, os argentinos fizeram o terceiro gol. As bandeirinhas argentinas começaram a sumir.

Roca, que assistia o jogo, foi ao vestiário. Primeiro, parabenizou os jogadores. Depois, fez um apelo dramático: "rapazes, o Brasil está festejando sua data nacional. Hoje vocês tem de perder. Por favor, façam isso pela pátria argentina! Percam pela pátria!".

Publicidade

Os argentinos voltaram ao campo. E fizeram mais dois gols. O jogo terminou em 5 a 0. Segundo as testemunhas, eles obedeceram as ordens de Roca, pois afirmaram posteriormente que, haviam dado uma "desacelerada", caso contrário a goleada teria sido pior.

No entanto, a revanche seria brasileira. Um ano depois, Roca doou uma copa, a Copa Roca, que seria disputada entre times do Brasil e da Argentina, o que se tornou em uma espécie de precurora da Copa Libertadores.

Roca, que apreciava esse esporte so british desejava que a competição à qual ele dava o pontapé inicial com a criação desse troféu fosse um "estímulo à juventude que em nossos países cultiva esse nobilíssimo esporte".

TEMPO DE CAVALHEIROS Em 1914 os jogadores brasileiros foram à Argentina disputar a Copa Roca. Desembarcaram no porto de Buenos Aires (onde hoje está Puerto Madero). Uma multidão de portenhos os esperava com flores.

No dia 20 de setembro os jogadores brasileiros enfrentaram o time argentino em Buenos Aires, em um jogo amistoso. O time local venceu por 3 a 0.

Publicidade

No dia 27 foi realizado o jogo oficial. Isto é, o embate pela Copa Roca, na cidade de La Plata, no campo do Gimnasia y Esgrima.

No primeiro tempo, Rubens Salles, homem de formas elegantes no campo, chutou a 30 metros do gol e acertou. Um a zero.

No segundo tempo, Leonardi, jogador argentino, protagonizou um gol para seu time.

Mas, o gol foi perpetrado com ajuda da mão. No entanto, o juiz - que não havia visto bem a jogada - convalidou o gol. O juiz era um brasileiro, Alberto Borgerth, de profissão médico. Detalhe interessante: na época, ninguém se importava com a nacionalidade do árbitro, pois supunha-se que todo esportista era um cavalheiro.

Mas, os argentinos não festejaram o gol. O argentino Gallup Lanús, filho de uma família aristocrática caminhou até o árbitro Borgerth e explicou-lhe que aquele gol (o gol argentino) havia sido irregular. Portanto, comme il faut, um grupo de cavalheiros não aceitaria o gol, mesmo que fosse favorável.

Publicidade

Desta forma, o Brasil foi o vencedor. O primeiro a ostentar a Copa Roca.

Milhares de torcedores argentinos que haviam assistido o jogo invadiram o campo. Rodearam os jogadores brasileiros...os levantaram e carregaram nos ombros, para celebrar a vitória brasileira. Com especial frenesi, carregaram nos ombros Marcos Mendonça, o goleiro brasileiro.

A Copa Roca, jogada em doze ocasiões entre 1914 e 1976, ficou nas mãos do Brasil, o último campeão.

Roca faleceu duas semanas e meia depois, no dia 19 de outubro de 1914.

- Fútbol y Ciencia - ¡Hasta siempre, señor árbitro!

Publicidade

Los 73.000 espectadores que concurrieron el 15 de enero de 1988 al Duisburg Stadium de Oberhausen no pudieron dejar de apreciar que entre los protagonistas del espectáculo había significativas ausencias.

Y no se trataba, por cierto, de que el Ruhr 214 no alistara entre sus filas a Hans "Caperucita" Gfrörer, o bien que entre los fervorosos "barqueros" del Postfach no estuviese Fritz, "El talabartero" Kiepenheuer. Lisa y llanamente, lo que brillaba por su ausencia aquella tarde en el Duisburg Stadium era el público, dado que, la "Effektivaterien Ballönem Helveticen" había anunciado el match como una prueba piloto de un nuevo sistema de "referato a distancia".

Efectivamente, a escasos cien metros del coqueto estadio de Oberhausen, los concurrentes podían advertir una misteriosa construcción de cemento, de forma tubular, que alcanzaba la respetable altura de 75 metros. Esta torre no representaba ventaja alguna, y más podía confundirse con un monumento moderno, o con alguna reminiscencia emblemática de la majestuosidad nazi que con lo que verdaderamente era: la central computarizada de control desde donde se dirigía el encuentro. Los curiosos asistentes al match tampoco podían adivinar que, bajo sus pies, una intrincada maraña de cables, sensores electrónicos, filamento inalámbricos y terminales computadorizadas, unían el estadio propiamente dicho con la torre de referato.

Dentro de la torre, a una altura de 50 metros sobre el nivel del piso, se encuentra la nave central, a la cual se accede mediante el servicio de tres elevadores, uno para el árbitro y los restantes para ambos jueces de línea. Quien entra allí, a ese vasto recinto privado de luz natural y arrullado por el permanente murmullo de los acondicionadores de aire, podrá pensar que se halla en alguna de las centrales de control de vuelo de la NASA, o bien que ha caído en el vientre mismo del Nautilius, el legendario sumergible del capitán Nemo.

Cientoveintisiete pantallas de televisión, prolijamente alineadas, emiten su mensaje, desde las paredes levemente curvadas del salón. En frente de ellas, en medio de ellas, tres hombres, tres profesionales del difícil arte del referato futbolístico, recepcionan hasta el más mínimo detalle de cuanto ocurre sobre el campo de juego. Allí, alejados de la gritería ensordecedora de la turbamulta, ajenos a la indudable presión que configura el hostigamiento de los partidarios, los colegiados pueden dirigir, asépticamente, el encuentro.

Publicidade

El sistema, costoso hasta el momento, simplifica notablemente la tarea del árbitro y ha reducido en forma sensible los disturbios en los campos de juego. El juez, fría su mente, gozando del privilegio de beber su marca de cerveza preferida en tanto vigila a los 22 jugadores, cuenta, entonces, con la inestimable ayuda de mil ojos electrónicos, que complementan los suyos. En cuanto detecta una infracción, oprime un botón y un silbato estridente se escucha a unos cien metros más allá, en todo el estadio. Si la jugada no ha sido clara o si la infracción es dudosa, el colegiado cuenta con otro valioso recurso para calmar y convencer, en forma palmaria, al bando que se considera perjudicado: con otro simple botón desplegará sobre las dos inmensas pantallas electrónicas colocadas en ambas cabeceras del estadio, la escena repetida, con detención de imagen y ampliación de los ángulos necesarios para refrendar con sólidas razones la penalidad adoptada.

Cualquiera podría suponer que esa maniobra requeriría dos o tres minutos en concretarse, con el consiguiente retraso y ruptura del ritmo del partido. Pero no es así, ya que la memoria computarizada seleccionará entre los centenares de enfoques de la misma acción, las cuatro o cinco que considera más gráficas y contundentes, brindando al juez, en una fracción de segundo, la posibilidad de poner frente al público las que juzgue más válidas. Todo esto, sin que la máxima autoridad del match sufra el reproche de los jugadores ni sus estentóreos reclamos.

Más simple aun, para le nuevo sistema de referato, es eliminar cuanta duda pueda presentarse respecto de balones fuera de juego, balones ingresados o no tras la línea de la portería o bien, incluso, ante la siempre controvertida "Ley del Offside". Un sistema televisivo tipo "Fotochart" turfístico, elimina cualquier clase de duda, ya que le ojo eléctrico que patrulla la línea del último defensor captará, precisará y denunciará a quien reciba el balón en posición prohibida.

En los casos de un discutido hand, por ejemplo, donde ni siquiera la visión televisiva puede dictaminar en un ciento por ciento el contacto del balón con la mano del defensor, también la insospechable computación vendrá en auxilio del señor árbitro, puesto que las pantallas mostrarán la acción, agregando un luminoso pespunte verde. Nilo de coordenadas y flechas indicatorias que avalan la posibilidad o la imposibilidad, de que dicho contacto haya tenido lugar.

De cualquier manera, el revolucionario sistema, llamado provisoriamente A.U.P. (Arbipeissal Und Perspecktiven) admite también el encanto de la controversia. Nadie puede negar el importante condimento que significa para el partidario del fútbol la discusión en la oficina, durante toda la semana, sobre si tal o cual fallo estuvo acertadamente tomado. Y no puede tampoco, quitársele al aficionado común la posibilidad de exorcizar sus frustraciones y represiones domésticas, denostando la figura del colegiado. Así ha sido siempre y lo seguirá siendo, aunque en menor medida con el nuevo sistema, que también deja, sabiamente, resquicios para la discusión.

Publicidade

En algunos casos, muy puntuales, el poder de decisión quedará en manos del clásico y consabido criterio personal del árbitro. Allí, como siempre la falibilidad humana seguirá alimentando el intercambio de opiniones. Se dará, por ejemplo, con la inefable "Ley de la ventaja". No habrá computadora, entonces, que ayude a dictaminar a su referí si tal o cual jugador cometió una infracción adrede o sin quererlo, como tampoco contará el árbitro con ayuda tecnológica para decidir si el delantero que se proyectaba solo hacia el gol ha de caer definitivamente o podrá continuar con su carrera, luego del golpe que intentara derribarlo.

La misma incógnita deberá enfrentar el colegiado cuando deba determinar, sin respaldo científico alguno, cuándo una "mano" dentro del área, es intencional o casual, ya que no hay todavía, por fortuna, computadora alguna que esté conectada con el cerebro mismo de los futbolistas. Se podrán repetir, entonces, protestas o abucheos del público, pero ya nunca de la magnitud de la ocurrida en torno al recordado árbitro internacional belga, Henri Degrelle*.

Justamente en virtud de este suceso, la FIFA aceleró los estudios y puesta en práctica del sistema A.U.P. De todos modos, ese grado de controversia, ese resquicio de humana posibilidad de error ha sido minuciosamente estudiado por los sicólogos que trabajaron en el proyecto para no revestir al más popular de los deportes de un halo tecnocrático que le reste espontaneísmo y creatividad.

Así será, entonces, que los seguidores partidarios de los conjuntos podrán continuar exteriorizando sus quejas como siempre, como en todas las épocas, a pesar de que, también en ese orden, se han detectado indicios inquietantes. En efecto, desde el 17 de junio último, un adelanto significativo se puso de manifiesto en el campo de la protesta partidaria, en ocasión de llevarse a cabo el clásico encuentro entre el Benelux-Gotha de Mons y el Astipalaia de Grecia. Tras un discutido fallo del colegiado sueco Gustavo Skelleftea, un proyectil misilístico del tipo M-L7, versión soviética de segunda generación, impactó y redujo a polvo la torre de control de referato.

Se piensa que el proyectil fue accionado por un fanático del Astipalaia, mediante un propulsor personal, desde atrás del arco norte del estadio, distante casi unos 250 metros de la sólida construcción tubular, aún hoy hecha escombros. "Ellos también han progresado mucho", sólo atinó a decir Gerd Walde, titular del Consejo Arbitral Germano y propulsor del sistema A.U.P., a título de conformista comentario.

Publicidade

------------------------------------- * Referencia a los disturbios ocurridos en el match del 23 de marzo de 1978, en oportunidad de enfrentarse el Maat-Riebevs y el EDV-14/N y que finalizaron con la quema total de la bella ciudad de Nachdruck.

................................................................... Comentários racistas, chauvinistas, sexistas ou que coloquem a sociedade de um país como superior a de outro país, não serão publicados. Tampouco serão publicados ataques pessoais entre leitores nem ocuparemos espaço com observações ortográficas relativas aos comentários dos participantes. Além disso, não publicaremos palavras ou expressões de baixo calão (a não ser por questões etimológicas, como back ground antropológico). Todos os comentários devem ter relação com o tema da postagem. E, acima de tudo, serão cortadas frases de comentaristas que façam apologia do delito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.