arielpalacios
25 de setembro de 2013 | 12h00
Manuel Belgrano, criador da bandeira e general das batalhas da independência argentina, teria sido alvo de tentativas de sedução da presidente Cristina Kirchner em caso de viagem no tempo.
A presidente Cristina Kirchner declarou que teria tentado seduzir o general Manuel Belgrano – o criador da bandeira argentina em 1812 – se tivesse sido sua contemporânea. “Teria sido sua mulher. Teria tentado seduzi-lo. E não sei se ele teria me abandonado”, disse Cristina em referência aos próprios dotes de sedução e ao casanova líder, que foi um dos principais heróis da independência da Argentina e deixou uma série de mulheres encantadas por seu charme na sociedade da época.
A presidente fez estas declarações em tom intimista durante “Desde outro lugar”, seu programa próprio de entrevistas. O show, no qual é sempre a única entrevistada, começou a ser transmitido pela estatal TV Pública há dois fins de semana.
Na segunda edição do programa neste sábado, Cristina também disse que relaxa das tensões “cortando rosas” nos jardins da residência presidencial de Olivos.
Cristina também afirmou que se incomoda quando é chamada de “égua” ou “puta” nas redes sociais. Mas, sustentou que fica mais chateada quando fazem comentários sobre seus filhos, Florência (cineasta amadora) e Máximo (líder simbólico de “La Cámpora”, a juventude kirchnerista).
Sobre seu neto, Nestor Ivan Kirchner, explicou que é um “completo manipulador”. O bebê nasceu em julho passado.
“O que eu faço aqui? Às vezes me pergunto isso. Como cheguei aqui? Isso é complexo. Mas ninguém chega sozinho, sempre acompanhada de uma história e de pessoas, de companheiros”, disse Cristina durante a entrevista.
Na primeira emissão do programa, feita às 11:00 horas no sábado dia 14, a audiência foi muito baixa. Por isso, neste fim de semana o governo decidiu emitir a entrevista em horário nobre, à noite, na brecha entre dois jogos de elevado interesse para os torcedores argentinos: em embate do River Plate versus o All Boys e o Boca Juniors contra o Argentinos Jrs. No entanto, apesar da manobra para aproveitar a audiência dos jogos de futebol, cujas transmissões de TV foram estatizadas em 2009, Cristina teve somente 10% de público.
TELHA – O entrevistador do programa, o jornalista Hernán Brienza, autor de um dos livros preferidos de Cristina, “O louco Dorrego”, afirmou que antes da primeira entrevista disse à presidente que queria falar com ela “uns minutos”, antes de começar. “Assim fico menos nervoso”, explicou Brienza a Cristina. A presidente respondeu: “não tem problema. Você pergunta o que quiser. E eu vou te responder o que me der na telha”. Quando as câmeras foram ligadas, Brienza começou a entrevista com uma afirmação em vez de uma pergunta: “seu sorriso está muito bonito hoje, presidente Cristina”.
PERFIL: Ariel Palacios fez o Master de Jornalismo do jornal El País (Madri) em 1993. Desde 1995 é o correspondente de O Estado de S.Paulo em Buenos Aires. Além da Argentina, também cobre o Uruguai, Paraguai e Chile. Ele foi correspondente da rádio CBN (1996-1997) e da rádio Eldorado (1997-2005). Ariel também é correspondente do canal de notícias Globo News desde 1996.
Em 2009 “Os Hermanos“ recebeu o prêmio de melhor blog do Estadão (prêmio compartilhado com o blogueiro Gustavo Chacra).
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