Segundo o jornal portenho "Perfil", a competição está na reta final. Após duas árduas provas de tingimento e penteado dos cabelos de Menem - observados atentamente por um dos secretários privados do ex-presidente - restaram cinco candidatos.
Em 1989, quando foi eleito presidente, Menem chamou a atenção por suas exóticas costeletas, com as quais pretendia emular seu ídolo histórico, o caudilho Facundo Quiroga (do qual, segundo sua biógrafa Gabriela Cerruti, Menem acreditava ser sua reencarnação). Nos anos seguintes, "El Turco" (O Turco), como era conhecido popularmente, foi reduzindo gradualmente o volume de sua cabeleira. Mas, simultaneamente, incrementou os cuidados dedicados à ela.
Com o passar dos anos, o então presidente intensificou a tintura preta de seus cabelos, de forma a esconder suas cãs, que somente apareciam nas suíças. Para cuidar da capilaridade presidencial, Menem colocou o cabeleireiro Tony Cuozzo a seu serviço especial. O então presidente também instalou uma cadeira de cabeleireiro dentro do avião presidencial, on Tango 01.
Nos últimos dois anos Menem deixou de lado a tintura preta e optou por tingir seus cabelos de loiro claro. O ex-presidente nega que seja tintura e jura que trata-se da coloração natural de seus cabelos brancos.
O vencedor do concurso para cabeleireiro de Menem terá que cumprir certos requisitos, tais como contar com visto para entrar nos EUA (Menem viaja com frequência para os Estados Unidos); disponibilidade para viajar à La Rioja a qualquer hora; e manutenção da cabeleira do ex-presidente duas vezes por semana. O escolhido receberá um salário mensal de 6 mil pesos (US$ 1.600).
EMBARGO - Enquanto o ex-presidente e atual senador está atrás de um cabeleireiro, a Justiça decretou um embargo de US$ 54 milhões sobre seus bens. A decisão foi tomada pelo juiz Norberto Oyarbide, que está processando Menem por "administração infiel" na concessão do espaço radioelétrico em 1998.
A Justiça considera que o governo Menem não exerceu o controle necessário sobre a concessão, além de ter recebido supostos subornos da empresa francesa Thales, que na época recebeu o controle do espaço radioelétrico.
Menem também está sendo processado por suposto encobrimento de pistas do atentado realizado em Buenos Aires em 1994 contra a associação beneficente judaica AMIA. Além disso, está no meio de um julgamento oral e público sobre o suposto contrabando de armas para a Croácia e Equador entre 1991 e 1995.