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China testará mosquitos contaminados por bactéria contra zika

Testes devem ser iniciados em março, segundo infectologista que chefia estudos em Guangzhou

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Por Felipe Corazza
Atualização:

O governo chinês anunciou hoje que testará mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia para intensificar seu combate à dengue e, teoricamente, evitar contágios pelo zika vírus no país. O teste foi anunciado pelo infectologista Xi Zhiyong, que chefia as pesquisas sobre o assunto na Universidade Sun Yat-sen, na cidade de Guangzhou. Segundo agência estatal Xinhua, o processo deve ser levado a campo no início de março.

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O uso de Aedes aegypti infectados com a Wolbachia para combater a transmissão de vírus foi iniciado após pesquisas da Universidade de Monash, na Austrália. A atuação da bactéria nos mosquitos, de acordo com os pesquisadores australianos, teria capacidade de impedir que o vírus da dengue se instale nos tecidos do organismo. Além disso, a bactéria ajudaria a reduzir a população de mosquitos, já que ovos de fêmeas saudáveis fecundados por machos contaminados não prosperam.

A China ainda não registrou casos de zika, mas surtos de dengue são comuns no país- especialmente no sudoeste, onde as temperaturas mais altas persistem ao longo do ano e as chuvas são mais frequentes e abundantes, mantendo ambientes propícios à proliferação do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, como mostra, por exemplo, um estudo publicado pelo Centro Nacional de Controle de Doenças chinês a respeito da presença do Aedes albopictus no país.

Em 2015, a Província de Guangdong registrou 791 casos de dengue. Em 2014, o número foi quase 90% maior. Apesar da queda, Pequim demonstra preocupação com o zika, entre outros aspectos, pela intensa movimentação portuária e aeroportuária nas regiões com maior população de mosquitos.

No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou, em 2012, adesão à estratégia internacional "Eliminate Dengue: Our Challenge" para testar o uso dos mosquitos infectados com Wolbachia. A soltura dos animais infectados foi iniciada em 2014 e, até o ano passado, cerca de 200 mil já haviam sido liberados no Rio de Janeiro.

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