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Mundo em Desalinho

A China muçulmana

Os letreiros escritos em mandarim são a única indicação de que o bairro muçulmano de Urumqi é na China. Tudo o mais _os rostos, as roupas, os restaurantes, os vendedores de rua, a língua_ remete a um país islâmico da Ásia Central. Muitas mulheres andam com vestidos longos e a face totalmente coberta, enquanto os homens usam o pequeno chapéu redondo típico dos muçulmanos. Em vez de templos taoístas ou budistas, há mesquitas, e o porco, a carne mais consumida na China, está ausente do cardápio dos restaurantes. A carne por excelência é o carneiro, vendido inteiro em barracas ao ar livre ou assado em espetinhos (kebabs). Outra diferença é que há um número muito maior de crianças nas ruas do que nas áreas habitadas pelos chineses han, já que as minorias étnicas não estão sujeitas à política de filho único.

Por claudiatrevisan
Atualização:

Até camelos é possível ver na rua, mas eles são muitos mais comuns em Kashgar, a cidade do sul habitada majoritariamente por uigures, a etnia que representa 45% da população de Xinjiang. Os chineses han migraram em massa para a região a partir da década de 50, depois da chegada dos comunistas ao poder, em 1949, e hoje equivalem a 39% dos habitantes da província, a maior do país. Em Urumqi, os hans são maioria, com participação de 75% na população.

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Os conflitos étnicos que explodiram no dia 5 de julho provocaram a morte de 184 pessoas, das quais 137 eram hans, 46 uigures e 1 hui, outra minoria muçulmana. No dia 7, foi a vez dos hans saíram armados às ruas em busca de vingança pelas mortes do dia 5. Os choques provocaram uma fratura exposta na relação entre os dois grupos étnicos, que temem ser agredidos novamente no futuro.

No fim de semana seguinte ao dos ataques, havia uma tensa tranquilidade no bairro muçulmano, com os moradores tentando tocar suas vidas em meios à forte presença policial na região. Aí vão as fotos:

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