Cláudia Trevisan
17 de julho de 2014 | 14h03
Qual a relação entre o pagamento de universidades e o mercado imobiliário nos EUA? Mais próxima do que se imagina. Para fazer frente a anuidades médias de US$ 22 mil (R$ mil), milhões de estudantes americanos assumem dívidas que levarão anos para pagar, o que reduz as chances de contrair hipotecas, ter suas próprias casas e deixar de morar com os pais ou em repúblicas. Estudo divulgado pelo Pew Research nesta quinta-feira mostra que um recorde de 57 milhões de pessoas vivem em residências que abrigam múltiplas gerações, o dobro do registrado em 1980.
Em termos percentuais, o universo equivale a 18,1% da população dos EUA, seis pontos acima dos 12,1% de 1980, quando índice atingiu seu mais baixo patamar da história. O tradicional movimento de filhos deixarem a casa dos pais quando entram na universidade –e não voltarem mais- está em retração, com impacto negativo sobre o setor imobiliário, um dos mais importantes para o crescimento econômico.
Dados divulgados quinta-feira mostram que a construção de novas casas caiu 9,3% em junho, para um número anualizado de 893 mil unidades (que projeta o resultado do mês passado para todo o ano). Em média, 79 analistas ouvidos pela Bloomberg esperava que fossem iniciadas 1,02 milhão de unidades.
A dívida estudantil não é o único fator que contém o mercado imobiliário, mas está entre os mais importantes. Segundo dados do governo, 71% dos estudantes saem endividados da faculdade.
Como mostrei em
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