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Mundo em Desalinho

Jeb lança candidatura e promete política externa agressiva

Com a promessa de uma política externa agressiva que contemple o fortalecimento dos laços com Israel e o endurecimento em relação a Cuba, Jeb Bush lançou ontem de maneira oficial sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Seu nome se une ao de outros nove republicanos que já anunciaram a intenção de disputar a eleição de 2016, no mais competitivo e diverso processo de seleção da história recente da legenda.

Por claudiatrevisan
Atualização:

"Nós vamos fazer com que os eventos do mundo se movam do nosso jeito de novo", declarou Bush em discurso realizado em uma universidade de Miami, o Estado que governou de 1999 a 2007. Além de música latina, uma apresentadora hispano-americana e exilados cubanos, o evento foi marcado pela ausência dos dois Bush que comandaram os EUA em 12 dos últimos 26 anos.

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Preferido da ala tradicional do partido, Jeb tenta se dissociar de seu irmão, George W. Bush, que iniciou uma das guerras mais impopulares entre os americanos, a do Iraque, e viu o país mergulhar na mais severa crise econômica em sete décadas. A intenção fica explícita no símbolo escolhido para sua campanha: "Jeb!". A sigla que se transformou no primeiro nome do irmão mais novo de George W. é formada pelas iniciais de John Ellis Bush, como foi batizado há 62 anos.

Sem a presença dos dois ex-presidentes, o clã Bush foi representado pela matriarca Barbara, que aos 90 anos continua a ser uma das mais admiradas entre as mulheres que desempenharam o papel de primeiras-damas dos EUA.

Casado com uma mexicana, Columba, e convertido ao catolicismo, Jeb usou seu espanhol fluente para pedir que a comunidade hispânica nos Estados Unidos se junte à sua campanha. Em uma tentativa de seduzir um eleitorado tradicionalmente democrata, prometeu realizar uma reforma do sistema de imigração por lei aprovada no Congresso e não por decreto, como fez o presidente Barack Obama.

A decisão do democrata de suspender deportações de parte dos 11 milhões de imigrantes que vivem de maneira ilegal nos Estados Unidos foi contestada nos tribunais e aguarda um julgamento final sobre sua aplicação.

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A posição simpática aos imigrantes é uma das que podem dificultar sua aprovação entre os eleitores das primárias do Partido Republicano, mais conservadores do que os que comparecerão às urnas em novembro de 2016. Muitos deles o consideram excessivamente liberal para representar a legenda.

Mesmo tentando se dissociar do pai e do irmão, Jeb pode ser beneficiado de sobrenome, associado ao poder dentro do Partido Republicano. A última vez em que a legenda chegou à Casa Branca sem ter um Bush na chapa presidencial foi 1972, com a eleição de Richard Nixon. Bush pai foi vice de Ronald Reagan de 1981 a 1989 e o substituiu na presidência, por apenas um mandato. O irmão de Jeb, George W. Bush, venceu a eleição em 2001 e ficou na Casa Branca por oito anos, até a eleição de Barack Obama.

Apesar de não se referir a nenhum dos dois pelo nome, Jeb disse ter sido apresentado pela primeira vez a um presidente no dia em que nasceu e ao segundo quando chegou em casa da maternidade -uma licença poética, já que nenhum dos dois Georges havia chegado ao comando do país quando o pré-candidato republicano nasceu.

Caso Bush seja o escolhido de seu partido, é provável que ele enfrente a representante de outra linhagem política do lado democrata: Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton, que governou entre os dois Georges. Ela também optou por usar seu primeiro nome em seu símbolo de campanha: "Hillary". Nisso, ambos se diferenciam da prática dos EUA, onde os políticos são conhecidos por seus sobrenomes.

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