PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Mundo em Desalinho

Na casa de Chen Guangcheng

Há duas semanas estive na casa em o ativista cego chinês Chen Guangcheng morou desde a infância, na vila rural Dongshigu, de 450 habitantes. O despojamento do lugar contrasta com a celebridade mundial conquistada por Chen graças a suas denúncias de abortos forçados cometidos contra mulheres da região, sua posterior prisão, a fuga para a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim e, finalmente, a mudança para Nova York, onde ele é pesquisador convidado da New York University.

Por claudiatrevisan
Atualização:

O ativista vivia com a mulher, Yuan Weijing, e a filha do casal, Chen Kesi, na casa de sua mãe, Wang Jin Xiang, de 78 anos. A matriarca da família Chen me recebeu junto com o filho mais velho, Chen Guangfu, 55, um típico camponês chinês, de mãos calejadas e rosto queimado.

PUBLICIDADE

Como todas as moradias do campo, a casa tem um pátio interno, que seve para armazenagem de colheitas e criação de animais _no caso de Wang Jin Xiang, são galinhas. Não há chuveiro e o banheiro é uma casinha com um buraco no chão onde não há descarga.

Até poucas semanas, a casa era cercada por dezenas de seguranças e ninguém podia entrar no local, nem mesmo familiares. Chen e sua mulher foram impedidos de sair por 19 meses. Sua filha de 6 anos só pôde ir à escola depois de pressão de entidades de defesa de direitos humanos. A matriarca Wang é que saia para comprar comida. Mas era vigiada o tempo todo por quatro guardas e não podia visitar seus outros filhos.

No período de prisão domiciliar de Chen, toda a pequena vila foi ocupada por seguranças, que impediam a entrada no local de qualquer estranho. Eles se foram há algumas semanas, mas Dongshigu continua a ser monitorada por quatro agentes de "combate à pobreza". Aí vão as fotos da casa de Chen Guangcheng:

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.