A vitória do partido criado por Lech Walesa marcou o início do fim do domínio comunista na Polônia e foi o prenúncio da queda do Muro de Berlim, que aconteceria cinco meses mais tarde. Os tanques que avançaram sobre os estudantes colocaram fim a semanas de manifestações pacíficas, nas quais os chineses expressaram seu desejo por reformas e abertura política. Centenas de jovens morreram e o episódio entrou para a lista de tabus históricos que o Partido Comunista tenta expurgar da memória coletiva do país.
Muitos dos jovens de hoje não sabem o que ocorreu no dia 4 de junho de 1989, como relata esse depoimento que uma chinesa escreveu para o New York Times. A cada aniversário do massacre, familiares das vítimas e ativistas são colocados em prisão domiciliar para que não falem nem tentem realizar qualquer gesto que possa remeter ao que ocorreu. A já sufocante segurança na praça Tiananmen é reforçada. A censura na internet se intensifica. É uma guerra contra o passado que se repete há 25 anos.
A resposta do Partido Comunista às manifestações foi o aumento do controle e da repressão e o lançamento de campanhas patrióticas nas escolas, com o objetivo de reforçar a lealdade dos jovens com seus "líderes". Sem uma ideologia convincente à mão, o enriquecer passou a ser celebrado ainda mais abertamente. Claro que essa possibilidade estava mais próxima dos que tinham conexões ou eram simpáticos ao partido, como mostrou reportagem do New York Times sobre o líder estudantil da Universidade de Pequim que se opôs aos protestos e foi recompensado por seu gesto. Xiao Jianhua hoje tem 42 anos e uma fortuna de US$ 2 bilhões.
Em 1989, a China não fazia parte da esfera de influência soviética e seus comunistas haviam percebido uma década antes que tinham que reformar a economia se quisessem sobreviver. Mas como o massacre de estudantes de 25 anos atrás deixou claro, democracia e o fim do monopólio de poder do partido não estavam no pacote. E isso não mudou.