Alvo constante dos ambientalistas, a China obriga os estabelecimentos comerciais do país a cobrarem pelas sacolas plásticas. A medida começou a ser aplicada em junho de 2008 e provocou uma transformação no comportamento dos consumidores urbanos. A maioria dos clientes dos supermercados coloca suas compras em sacolas de pano e, nas farmácias e lojas de cosméticos, os atendentes perguntam se o consumidor quer saco plástico, que será cobrado. Quase sempre, a resposta é não _os compradores levam os produtos em suas bolsas ou nas mesmas sacolas utilizadas nos supermercados.
O uso de sacos plásticos tem efeito devastador sobre o meio ambiente. O produto pode demorar até 1.000 anos para desaparecer e é uma das grandes ameaças à vida marinha, de acordo com o Worldwatch Institute, uma das mais respeitadas entidades ambientalistas do mundo. Segundo a instituição, dezenas de milhares de baleias, tartarugas, gaivotas e outros pássaros morrem a cada ano depois de ingerir sacolas plásticas, confundidas com alimentos. Os sacos também entopem bueiros, poluem rios e terminam espalhados pela paisagem depois de jogados em lixões. A restrição adotada pela China está longe de resolver os graves problemas ambientais do país e ainda "não pegou" na zona rural, onde vive 55% da população. Mas mostra ao menos que o tema está em pauta, o que não ocorre no Brasil.