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Mundo em Desalinho

Trump é ridicularizado por moeda que celebra a cúpula incerta com Kim Jong-Un

Casa Branca lança moeda comemorativa de encontro que pode não ocorrer; rostos de Trump e Kim Jong-Un aparecem frente a frente e norte-coreano é identificado como "supremo líder"

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Por Cláudia Trevisan
Atualização:
Casa Branca lançou moeda comemorativa da cúpula entre Donald Trump e Kim Jong-Un Foto: Estadão

Poucas horas antes de Donald Trump colocar em dúvida a realização de seu encontro com Kim Jong-Un, a Casa Branca lançou uma moeda comemorativa da cúpula que ainda não ocorreu. Nela, o rosto do presidente dos EUA aparece frente a frente ao do ditador norte-coreano, que é identificado como "supremo líder". A celebração precoce e o tratamento reverencial ao responsável por um dos regimes mais repressores do mundo foram alvo de chacota e crítica nas redes sociais.

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"Não consigo parar de rir da moeda talvez-cúpula Trump-Kim produzida oficialmente pelos EUA. Kim é chamado de Supremo Líder. Eu compraria uma moeda com o título 'Supremo Déspota' ou 'Ditador

Insignificante' ou talvez 'Assassino em Massa'", escreveu no Twitter um dos mais respeitados cientistas políticos do país, Larry Sabato, professor da Universidade da Virgínia.

Trump aceitou em março a proposta de Kim de realização da cúpula, em um gesto que surpreendeu seus próprios assessores. Desde então, ele deu declarações otimistas sobre as chances de desnuclearização da Coreia do Norte e adotou um tom respeitoso ao se referir ao ditador, ao qual chamou de "pequeno homem do foguete" no ano passado. O presidente americano também estimulou sugestões de que ele deveria receber o Prêmio Nobel da Paz pela negociação com o país mais fechado do planeta.

Mas a moeda comemorativa parece ter ido longe demais. "Por que nós estamos honrando esse ditador cruel com uma moeda comemorativa? 'Líder Supremo?' De quem foi essa horrível ideia?", perguntou o professor de Stanford Michael McFaul, embaixador dos EUA na Rússia no governo Barack Obama.

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"Você está de brincadeira? Isso é repugnante. Qual culto de personalidade exatamente esta cúpula está legitimando? Isso é anti-americano", escreveu Robert Kelly, professor da Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul.

O tratamento dado a Kim na moeda o coloca no mesmo patamar do presidente da maior economia do mundo e impulsiona sua aspiração de não ser tratado como um pária nas relações internacionais.

O líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, foi além das críticas e solicitou que a Casa Branca recolha as moedas. "A face de Kim Jong-Un não deve estar nessa moeda. Ele é um ditador brutal."

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