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Do triste trópico

Adivinha quem veio a Caracas?

Por denisechrispim
Atualização:

 

 

No primeiro dia de reuniões dos chanceleres da Unasul, 25 de março, Marco Aurélio manteve-se distante desses compromissos. Sua agenda em Caracas, segundo a embaixada brasileira, era desconhecida e independente da do chanceler. Naquela noite, ele telefonou ao ministro Figueiredo antes do encontro dos chanceleres com os líderes da Mesa de Unidade Democrática (MUD), a frente de partidos da oposição. Figueiredo jantava no restaurante do hotel onde se deu parte dos encontros da Unasul.

 

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No dia 26, porém, Marco Aurélio decidiu acompanhar os encontros dos chanceleres com empresários, líderes estudantis, representantes de órgãos do governo e do Judiciário. Fui informada que ele se manteve calado e não teve participação ativa nessas conversas. Teria ingressado e saído das salas de reuniões em vários momentos. No final da tarde, seguiu a delegação brasileira ao Teatro das Academias, onde os chanceleres conversaram com os líderes estudantes que protestam contra o governo de Maduro.

 

Já vi coisas semelhantes acontecerem no passado, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando os negociadores comerciais brasileiros tentavam avançar nos acordos e se viam tolhidos pela cúpula do Itamaraty. Nesses casos, a orientação vinha da própria Casa de Rio Branco. Não da Presidência da República. Nas questões de América Latina, a posição de Marco Aurélio sempre se sobrepôs à do chanceler nos tempos de Lula. Embora quieto e discreto, no dia 26, a presença do assessor presidencial não passou sem registro nos círculos diplomáticos dos países da Unasul.

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