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Do triste trópico

Do Chile aos EUA, sem visto. Nós, na fila.

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Por denisechrispim
Atualização:

 

Os atritos entre o governo de Dilma Rousseff com o de Barack Obama em torno da espionagem da Agência Nacional de Vigilância (NAS em inglês) em Brasília certamente não favorecem as negociações nesse sentido. Mas, antes mesmo desse escândalo, não havia motivação nem de um lado nem do outro pelo aprofundamento nas relações bilaterais - algo que certamente passaria pelo trânsito mais liberado de seus cidadãos entre os dois países. Houve pequenos avanços, no caso de vistos para empresários e outros casos isolados. Para a massa de turistas brasileiros que visita os EUA e os eventuais americanos curiosos pelo Brasil, o calvário pelos consulados ainda é a praxe.

 

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"Este anúncio amplia nossa parceria com o Chile e vai beneficiar a segurança e as economias das duas Nações", afirmou o secretário americano de Segurança Doméstica, Jeh Johnson, logo depois de assinar o o acordo de dispensa de visto com o chanceler chileno, Alfredo Moreno, no dia 28 de fevereiro. "Os EUA e o Chile têm uma robusta parceria, desde o tema do avanço da paz e dos valores democráticos no hemisfério ao apoio ao creescimento econômico por meio do comércio e do investimento de lado a lado", resumiu a vice-secretária de Estado, Heather Higginbottom.

 

Com o Brasil, a discussão sobre a dispensa de visto sempre emperrou na questão da segurança do passaporte brasileiro. Os americanos não viram brechas na segurança dos documentos chilenos. Em 2004, em paralelo à reunião de cúpula extraordinária da falecida Alca (Área de Livre Comércio das Américas), em Monterrey, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu chanceler Celso Amorim apresentaram um projeto de acordo bilateral de isenção de visto ao então presidente dos EUA George W. Bush e seu secretário de Estado Collin Powell. Bush e Powell riram da proposta. Atualmente, os EUA mantêm acordo de dispensa de visto com 37 países, juntos responsáveis por 19,6 milhões de visitantes ao país - 60% do total - no ano fiscal de 2013.

 

Enquanto os brasileiros salvavam a economia da Flórida e ajudavam na recuperação de Nova York com a compra de bens de consumo, os gatos em serviços de hotelaria e restaurantes e a aquisição de imóveis, depois da crise de 2008, o governo americano preferiu ampliar as estruturas de seus consulados no Brasil em vez de negociar seriamente a dispensa de visto com Brasília. A arrecadação com as tarifas cobradas pelos vistos rendeu, a cada ano, algumas dezenas de milhares de dólares ao Departamento de Estado. Somente em janeiro deste ano, já com o IOF sobre o uso do cartão de débito no exterior, houve aumento de 25% no número de pedidos de vistos por brasileiros, em comparação a janeiro de 2013.

 

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