Advogados de Trump pedem que julgamento de processo por fraude seja adiado

Alegação da defesa é que o presidente eleito estará muito ocupado com a transição de poder; caso envolvendo a Trump University, que é acusada de ter feito propaganda enganosa sobre seus cursos, estava previsto ser julgado a partir do dia 28

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Por Redação Internacional
Atualização:

SAN DIEGO, EUA - Advogados do presidente eleito Donald Trump solicitaram na quarta-feira, 10, que o julgamento do processo civil contra o magnata por fraude envolvendo a Trump University, previsto para começar em menos de três semanas, seja adiado em razão dos compromissos que ele terá durante a transição de poder no país.

Na alegação, os representantes de Trump dizem que ele está "muito ocupado" nos próximos meses se preparando para a assumir a Casa Branca, o que impossibilitaria sua presença no tribunal no próximo dia 28, e pedem que a audiência seja adiada para fevereiro ou março, depois que ele for empossado.

Em maio de 2005, Donald Trump (E) anuncia junto de Michael Sexton a criação da Trump University (AP Photo/Bebeto Matthews) 

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O pedido foi feito ao juiz Gonzalo Curiel, o mesmo que Trump criticou duramente durante a campanha presidencial, acusando-o de atuar de forma tendenciosa em razão de sua origem mexicana. Curiel expressou sua preocupação em relação ao atraso do caso e afirmou que deverá se decidir sobre o pedido na segunda-feira.

"Estamos em um território nunca antes desbravado", afirmou o advogado Daniel Petrocelli ao juiz, ao destacar que nunca antes na história dos EUA um presidente eleito foi levado a uma corte em circunstância semelhantes.

Mais tarde, Petrocelli afirmou para a imprensa que um julgamento já durante a presidência de Trump seria melhor do que durante o intenso período de transição. Ele disse que o caso se trata de uma "circunstância muito complicada até mesmo para um presidente em exercício". "E mais ainda, eu diria, para um presidente eleito já que ele está, enquanto conversamos, dedicando sua atenção a uma montanha de desafios postos em sua frente."

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O caso envolvendo a unidade da Trump University na Califórnia é uma das duas ações legais por fraude abertas por ex-clientes do programa de seminário com foco no mercado imobiliário. Os reclamantes alegam que foram enganados por anúncios que prometiam instrutores escolhidos pessoalmente por Trump para o programa - o que nunca teria acontecido - e diziam que aprenderiam os truques pessoais de Trump nessa área.

Nas audiências do caso, Trump admitiu que não chegou a escolher os instrutores do curso, muitos dos quais ele sequer lembrava do nome ou do rosto. O empresário alegou, no entanto, que a maioria das pessoas que participaram dos cursos ficaram satisfeitas com a experiência. Os advogados do magnata preveem que ele será inocentado no julgamento. / WASHINGTON POST

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