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Ameaça de prender Hillary põe juristas em estado de alerta

Declaração foi vista com alarme por analistas políticos e juristas americanos, que a veem como algo típico de regimes autoritários sem precedentes na história política do país

Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia TrevisanCorrespondente / Washington

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A ameaça de Donald Trump de buscar a prisão de Hillary Clinton caso ele seja presidente inflamou sua base de apoio, mas foi vista com alarme por analistas políticos e juristas americanos, que a veem como algo típico de regimes autoritários sem precedentes na história política do país.

"Nos EUA, nós não ameaçamos prender oponentes políticos", escreveu em sua conta no Twitter o ex-secretário de Justiça Eric Holder. "Ele está prometendo abusar do poder do cargo", ressaltou. No debate, Trump disse que daria instruções ao procurador-geral de Justiça para indicar um promotor especial que teria a missão de investigar a "situação" de Hillary.

Trump e Hillary se enfrentam no segundo debate à presidência dos EUA (FOTO: AFP PHOTO / Paul J. Richards) Foto: Estadão

Aparentemente, ele se referia ao uso de um servidor privado de internet durante o período em que ela foi secretária de Estado. Investigação realizada pelo FBI concluiu que Hillary foi imprudente ao fazer essa escolha, mas não encontrou indícios de prática criminosa.

Noah Feldman, professor da Universidade Harvard, disse em coluna na agência Bloomberg que o procurador-geral tem independência para decidir quem deve ser investigado. O objetivo é evitar que presidentes usem sua posição para perseguir adversários.

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"O que distingue democracias que funcionam das débeis ou fracassadas é o fato de que partidos políticos se alternam no poder sem prender oponentes que eles vencem nas eleições", afirmou. "É muito bom que alguém com o temperamento de Donald Trump esteja a cargo da lei em nosso país", disse Hillary no debate. A resposta do bilionário: "Porque você estará na cadeia".

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