Scott Shane / NYT Há um ano, uma união entre os dois seria estranha. Mas hoje o presidente eleito Donald Trump e Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, formam uma frente contra conclusão de agências de inteligência americanas de que a inteligência russa interferiu na eleição presidencial.
Assange, ultrajado por muitos republicanos, considerado um anarquista delinquente disposto a prejudicar os EUA, conquistou respeito dos conservadores que apreciaram a divulgação pelo seu website de e-mails dos democratas que prejudicaram a campanha de Hillary Clinton. E Trump quer debilitar as conclusões do FBI, da CIA e outras agências de que os e-mails foram oferecidos por hackers do governo russo ao WikiLeaks.
Ambos também se aliaram no desprezo pela mídia. Numa longa entrevista a Sean Hannity, da Fox News, que foi ao ar na noite de terça-feira, Assange voltou a negar que o WikiLeaks tenha recebido e-mails pirateados por Moscou. "Nossa fonte não é o governo russo", disse.
Embora o empresário celebridade e o campeão dos vazamentos na mídia sejam "showmen" escarnecidos pelos críticos, considerados narcisistas, eles têm pouca coisa mais em comum. Neste caso, seus interesses coincidem. Assange gostaria de neutralizar a impressão de que o WikiLeaks é uma ferramenta passiva usada para as maquinações geopolíticas do presidente Putin. Trump gostaria de apagar a impressão de que teve ajuda dos russos para derrotar Hillary. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO