Avô de Trump tentou voltar à Alemanha após enriquecer nos EUA, revela jornal alemão

Frederick Trump lutou para conseguir se instalar em seu país de origem, mas pedidos foram negados por razões burocráticas e por não ter participado do serviço militar

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Por Redação Internacional
Atualização:

BERLIM - Frederick Trump, o avô do presidente eleito americano, Donald Trump, lutou sem sucesso no começo do século passado para recuperar a nacionalidade alemã e ficar no país após ter emigrado para os EUA em 1885, segundo documentos da época publicados nesta segunda-feira, 21, pelo jornal alemão Bild.

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Em uma visita em 1901 a seu povoado natal, Kallstadt, Frederick Trump se apaixonou por uma vizinha, Elisabeth, com quem se casou no ano seguinte e com a qual retornou a Nova York. Mas a jovem sentia saudade de casa e desejava voltar à Alemanha. Trump, que já possuía uma grande fortuna, se esforçou para se instalar permanentemente em sua antiga pátria, desejo que foi negado por razões burocráticas e por não ter participado do serviço militar.

Presidente eleito dos EUA, Donald Trump ( Foto: REUTERS/Jonathan Ernst)

Em um documento oficial de 27 de fevereiro de 1905, autoridades do distrito de Dürkheim pediram à administração local que "comunicassem ao cidadão americano Friedrich Trump (...) que devia deixar o território bávaro no mais tardar em 1º de maio do ano em curso e que caso contrário seria expulso".

O historiador local e ex-diretor do Instituto de História e Etnologia do Palatinado, Roland Paul, que recuperou o documento de um arquivo regional, explicou ao Bild que "Friedrich Trump emigrou em 1885 da Alemanha aos EUA, mas antes de ter cumprido com o serviço militar". "Por isso as autoridades rejeitaram em 1905 que sua nacionalidade fosse restituída."

Trump, que fez fortuna nos EUA gerenciando um restaurante e depois supostamente um bordel, segundo relatos de vários veículos de imprensa alemães, fez o impossível após receber a notificação para conseguir uma permissão de residência.

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Em 6 de junho de 1905, ele escreveu uma carta - que o Bild classifica de servil - ao "adorado, nobre, sábio e justo soberano", além de "sublime governante", príncipe regente Leopoldo da Baviera. No entanto, o monarca se mostrou firme e rejeitou "os pedidos".

Como muitos outros alemães da época - mais de 100 mil por ano -, o futuro fundador da dinastia Trump havia abandonado a Alemanha em 1885, com 16 anos, na busca de uma vida melhor nos EUA, deixando sobre a mesa da cozinha de sua família uma carta de despedida.

Em 1º de julho de 1905, após não conseguir a permissão de residência, os Trump se despediam definitivamente da Alemanha. Em Hamburgo embarcaram no "Pensilvânia", um navio a vapor da companhia HAPAG, rumo a Nova York. Elisabeth Trump estava grávida e três meses mais tarde deu à luz ao pai de Donald Trump. / EFE

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