Campanha negativa afasta jovens de eleições nos EUA

Segundo pesquisa, 52,2% dos entrevistados com idades entre 18 e 34 anos pretendem votar, número menor do que em 2012

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Por Redação Internacional
Atualização:

BOSTON -O tom negativo da campanha à presidência dos EUA vem desanimando os jovens americanos e os afastando do processo eleitoral. Segundo pesquisa Reuters-Ipsos, os americanos de 18 a 34 anos estão menos inclinados a votar para presidente do que estavam em 2012. Alguns cientistas políticos temem que a eleição possa abalar toda uma geração, fazendo com que seja menos provável que eles votem no futuro.

Segundo dados divulgados ontem, 52,2% dos entrevistados, entre 18 a 34 anos, disseram que têm certeza ou quase certeza de que irão votar - em 2012 56,1% relataram esse nível de certeza. A razão, segundo os próprios jovens americanos, são as duas opções que encabeçam as chapas democrata e republicana neste ciclo eleitoral.

A candidata democrata a presidente, Hillary Clinton, cumprimenta apoiadores durante campanha naCuyahoga Community College, em Cleveland, no Estado de Ohio Foto: Robyn Beck/AFP

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O senador Bernie Sanders chegou a reunir um séquito entusiasmado de pessoas mais jovens, mas foi derrotado nas primárias democratas pela ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Do lado republicano, muitos jovens não estão dispostos a votar em Donald Trump, citando a retórica às vezes grosseira do bilionário nova-iorquino a respeito de mulheres, latinos, minorias e imigrantes. Insatisfação. No início do ano, Brandon Epstein, que completou 18 anos nesta semana, estava ansioso para dar seu primeiro voto para Bernie Sanders. Agora, Epstein, que vive no Condado de Suffolk, subúrbio de Nova York, não pretende mais ir às urnas no dia 8. "O problema são os candidatos. Eles não são apenas abaixo da média, mas muito abaixo da média", disse o jovem aluno do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge. "Alguma coisa saiu terrivelmente errada."

"Esta nova geração nunca confiou no governo, em Wall Street ou na mídia", disse John della Volpe, diretor de pesquisa do Instituto de Política da Universidade Harvard. "Isto, provavelmente, resultará em um comparecimento de menos de 50%. Entre aqueles que comparecerem, ainda há um ceticismo profundo quanto ao impacto de seu voto, se irá fazer diferença ou não."

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Campanha. Hillary fez ontem campanha no Estado de New Hampshire. Em comício, a democrata fez duras críticas ao discurso feito por Trump sobre a ofensiva para retomar a cidade iraquiana de Mossul das mãos do Estado islâmico. No domingo, o bilionário republicano havia declarado que o esforço estava a ponto de fracassar.

"Trump não tem um plano para derrotar o Estado Islâmico. Ele diz que sabe mais sobre o EI do que os generais. Mas eu acho que não. Basicamente, ele está declarando derrota antes mesmo de a batalha começar", disse Hillary. "Ele está provando para o mundo o que significa ter alguém incapaz de ser comandante-chefe."

Em declarações anteriores, o candidato republicano afirmou que a operação em Mossul estaria sendo realizada para apoiar a candidatura de Hillary. No domingo, em sua conta no Twitter, Trump voltou a criticar abertamente a ofensiva militar para retomar a cidade iraquiana. "O ataque a Mossul está se transformando em um desastre total", escreveu o magnata. "Demos um mês de aviso prévio (aos jihadistas). Os EUA parecem cada vez mais idiotas." / REUTERS, AFP e AP

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