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Casa Branca tenta tranquilizar China após telefonema de Trump para líder de Taiwan

Governo Obama teme que a repercussão negativa da ação do presidente eleito dos EUA afete o progresso nas relações entre Washington e Pequim

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - A Casa Branca informou na segunda-feira que procurou tranquilizar a China após um telefonema do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, à líder de Taiwan na sexta-feira. O governo Obama havia alertado que a ação poderia afetar o progresso nas relações de Washington com Pequim.

O comunicado do porta-voz do presidente dos EUA, Barack Obama, enfatizou os temores de uma repercussão negativa do telefonema incomum de Trump à presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, que provocou um protesto diplomático de Pequim no sábado.

A ameaça de um conflito militar entre China e Taiwan permanece constante, e durante décadas não houve comunicação, viagens ou comércio entre os dois países. A tensão começou a diminuir nos anos 1990, quando Pequim e Taipéchegaram a um acordo para permitir ambiguidade deliberada sobre questões de soberania. Esse fato traçou o caminho para a cooperação econômica e cultural entre ambos os países. Desde então, os negócios taiwaneses têm investido bilhões no continente e milhões de turistas chineses têm visitado Taiwan Foto: AP Photo/Ng Han Guan

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O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que membros do Conselho de Segurança Nacional conversaram duas vezes com autoridades chinesas durante o fim de semana para reforçar as garantias do compromisso de Washington com a "Política de Uma China" e para "reiterar e esclarecer o compromisso permanente dos EUA com a política de longa data para a China".

Essa política está em vigor há 40 anos e tem como foco a promoção e a preservação da paz e da estabilidade no estreito que separa China e Taiwan, que é do interesse dos EUA, disse Earnest. "Se a equipe do presidente eleito tem um objetivo diferente, deixarei que eles o descrevam", afirmou. "O governo chinês em Pequim colocou uma prioridade enorme nessa situação, e é um tema delicado. Parte do progresso que fizemos em nosso relacionamento com a China poderia ser minado se esse assunto esquentar".

A ligação para Tsai foi a primeira de um presidente americano a um líder taiwanês desde que o então presidente Jimmy Carter reconheceu Taiwan como parte de "uma China" em 1979. Pequim vê o território como uma província renegada.

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Apesar das tensões relativas a assuntos que vão do comércio a reivindicações territoriais chinesas no Mar do Sul da China, a gestão Obama tem ressaltado a cooperação em temas globais, como a mudança climática e os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte.

Mais cedo na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores chinês disse que Trump entende a posição da China com relação a Taiwan, e Pequim vem mantendo contato com sua equipe. O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, Bob Corker, que foi mencionado como possível secretário de Estado do próximo governo, acredita que a reação ao telefonema para Taiwan tem sido exagerada. / REUTERS

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