Greg Sargent / WASHINGTON POST
Na manhã de ontem, em entrevista à Fox, Donald Trump reagiu às palavras de Hillary, para quem metade dos eleitores dele é composta por "deploráveis" chauvinistas preconceituosos. O republicano disse que a ofensa a seus eleitores foi "o maior erro da temporada política". Mas uma pesquisa Washington Post/ABC News divulgada no fim de semana coloca em dúvida a ideia do comentário de Hillary como erro político.
Se o objetivo dela era trazer a público o debate envolvendo o chauvinismo preconceituoso de Trump, a pesquisa revela que ampla maioria dos americanos concorda com ela e o considera parcial contra as mulheres e as minorias, incluindo os grupos de eleitores entre os quais o candidato republicano precisa conquistar mais votos se quiser vencer em novembro.
A pesquisa, que indica Hillary à frente de Trump por cinco pontos entre os prováveis eleitores de todos os EUA, revelou também que 60% dos americanos concordam que "Trump é parcial contra mulheres e minorias". Outras pesquisas revelaram descobertas semelhantes. Uma recente pesquisa de opinião da Quinnipiac mostrou que a ampla maioria dos eleitores americanos e principalmente dos brancos com ensino superior acredita que "Trump se expressa apelando para o preconceito".
Hillary podia ter escolhido melhor as palavras. E é perfeitamente possível que as próximas pesquisas mostrem certa insatisfação do público diante desse comentário, justamente a parte que ela tentou amenizar. Mas a afirmação subjacente de Hillary - Trump está fazendo campanha com base em apelos preconceituosos e, neste processo, está trazendo para o centro do debate a mentalidade extremista minoritária - é simplesmente inegável. E obrigar todos a debater publicamente esse problema não é necessariamente uma derrota política para ela. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL