O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, escolheu nesta terça-feira, 13, Rex Tillerson, principal executivo da companhia americana de petróleo ExxonMobil, para ocupar o cargo de secretário de Estado. Nascido no Texas, o escolhido tem 64 anos e é conhecido por seus pensamentos conservadores e seu espírito de liderança. Veja abaixo cinco fatos importantes sobre ele.
O que ele sabe sobre diplomacia?
Tillerson passou os últimos 41 anos de sua vida na ExxonMobil, onde começou como engenheiro de produção e passou a negociar alguns contratos para a empresa. Para isso, precisou aprender habilidades diplomáticas importantes. Já trabalhou com muitos líderes mundiais, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Mas representante de uma companhia e secretário de Estado são funções completamente diferentes. Agora, Tillerson enfrentará uma grande variedade de questões, de direitos humanos ao fortalecimento da Organização do Tratado do Atlântico-Norte (Otan) e outras alianças. Ele é favorável ao livre comércio e reconhece que as mudanças climáticas são um desafio importante, mas sua opiniões sobre muitos assuntos ainda são desconhecidas.
O novo secretário de Estado terá muito o que pensar e aprender. Sem contar com experiências em política externa fora de seus negócios, ele deverá receber instruções de especialistas do Departamento de Estado e da Casa Branca.
Sua relação com a Rússia é preocupante?
Diversos senadores, incluindo John McCain e Marco Rubio, não acreditam que uma relação conciliatória com a Rússia seja algo positivo, considerando a agressão do país à Ucrânia e seu relacionamento amigável com o governo sírio, que está assassinando seu próprio povo.
Contudo, Tillerson pode abordar o assunto de forma diferente de quando estava na ExxonMobil, já que confiava na Rússia com relação aos seus negócios internacionais. Como ele verá a interferência continuada dos russos no território ucraniano, em outros países vizinhos e na Síria ainda não está claro.
Ele conseguirá confrontar os ditadores?
Tillerson já o fez no passado. Logo após assumir o comando da ExxonMobil, há quase uma década, Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, tentou nacionalizar os ativos de mais de 20 empresas petrolíferas estrangeiras. A maioria optou por negociar acordos de compensação, mas a Exxon levou Caracas a um tribunal internacional e ganhou US$ 1,6 bilhões em compensações em 2014.
Qual a opinião dele sobre mudanças climáticas?
Ele se desviou do ceticismo de Trump com relação ao assunto. Ao mesmo tempo, defendeu agressivamente a Exxon em meio às investigações de vários procuradores-gerais do Estado, que alegavam que a companhia escondia pesquisas, enquanto ganhavam força políticas públicas opositoras criadas para frear o aquecimento global e a queima de combustíveis fósseis.
Tillerson apoiou um imposto sobre o carbono e pesquisas para avançar na captura da substância. Ele pode até tentar persuadir Trump a apoiar o acordo climático internacional estabelecido em Paris, mas provavelmente ressaltará a importância do uso de gás natural e formas de enterrar as emissões de carbono - medidas que não prejudicariam as indústrias de combustíveis fósseis.
Como ele protegerá os direitos humanos?
Um dos poucos pontos concretos que se conhece sobre ele é sua forma de lidar com os direitos dos homossexuais. Tillerson serviu como presidente nacional dos Escoteiros dos EUA de 2010 a 2011, quando a organização ainda proibia a presença de membros que fizessem parte do público LGBT. Com o seu cargo, pressionou o grupo a respeitar os direitos dos homossexuais. Em 2013, quando estava no conselho executivo, os escoteiros votaram para impedir a proibição de membros gays. Sob sua liderança, a Exxon tem adotado políticas explícitas de proteção aos funcionários que sofrem discriminação por sua opção sexual. / NYT