O deputado republicano Richard Hanna se tornou o primeiro parlamentar no Congresso americano a romper com o partido em razão da disputa presidencial. Ontem ele anunciou apoio à candidata democrata, Hillary Clinton, e qualificou o candidato republicano, Donald Trump, de "despreparado" para liderar os EUA.
O rompimento ocorre dias depois da polêmica entre Trump e os pais de um capitão muçulmano do Exército americano morto na Guerra do Iraque - que causou a indignação da população e de muitos republicanos do alto escalão.
Em um comunicado, o deputado Hanna, de Nova York, citou os ataques de Trump a Khizr Khan e sua mulher, Ghazala Khan, dizendo que o bilionário era "profundamente falho de infinitas maneiras, incapaz de se arrepender" e "egocêntrico".
"Para mim, não é suficiente apenas denunciar os comentários dele: ele é despreparado para servir o partido e não pode liderar esse país", disse Hanna em um texto publicado no site syracuse.com, do jornal Post-Standard, de Nova York.
Hanna afirmou que vinha pensando em apoiar Hillary havia meses, mas tomou a decisão após a última série de insultos de Trump. "Onde devemos traçar o limite? Pensei que seria quando acusou o senador John McCain de não ser um herói de guerra porque foi capturado", disse o parlamentar. Embora alguns parlamentares republicanos ainda evitem declarar abertamente apoio a Trump, Hanna foi o primeiro a dizer que votará em Hillary em 8 de novembro.
Defensor de proibir a migração de muçulmanos para os EUA, Trump pôs em dúvida o heroísmo do filho do casal Khan e desdenhou do discurso de Khizr Khan na convenção do Partido Democrata na semana passada.
Nos últimos dias, muitos republicanos expressaram apoio aos pais do militar morto. Muitos deles reprovaram Trump duramente, especialmente McCain, presidente da Comissão dos Serviços Armados do Senado. Em comunicado emitido na segunda-feira, o senador republicano enfatizou não concordar com a posição do magnata.
"Espero que os americanos entendam que essas falas não representam a visão do Partido Republicano e seus candidatos." Além de McCain, Trump coleciona desafetos entre membros da cúpula do partido, como a família Bush e políticos como Ted Cruz e Marco Rubio. /AFP, EFE e REUTERS