E o coração da democrata Nova York parou

‘Big Apple’ em choque - Eleitores de Hillary eram maioria absoluta em Times Square

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Por Redação Internacional
Atualização:

Lúcia GuimarãesCorrespondente / Nova York

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O silêncio da multidão em Times Square dava uma medida do choque dos nova-iorquinos que votaram massa na candidata democrata Hillary Clinton. Telões das redes de TV atualizavam a apuração das urnas, recebida com apatia. Os únicos gritos de celebração vieram quando o telão anunciou a vitória já prevista de Hillary na Califórnia, um Estado rico em delegados.

Nas eleições vitoriosas de Barack Obama em 2008 e 2012, Times Square estava mais cheia, mais festiva. Os eleitores de Donald Trump misturados à multidão não faziam alarde. Frank, de Kansas City, nem quis dar o sobrenome, já havia votado "num dos dois principais candidatos" que não identificou. Ele concluiu: eu não teria ficado feliz com qualquer resultado.

Incrédulos, americanos e turistas assistem apuração na Times Square. Foto: Eduardo Munoz Alvarez / AFP

Havia turistas do mundo inteiro que, pelas expressões tensas, pareceriam igualmente surpresos com o desempenho da democrata. Um casal bebia numa esquina e contava que votou em Trump. Estavam felizes com o desempenho excepcional do republicano que as pesquisas não previram? Kevin Crossman, da Califórnia, disse que um multimilionário como Trump só poderia fazer bem à economia americana.

Ao seu lado, Rachelle Branson estava alterada. "Qualquer coisa menos Hillary! Aquela assassina." Pergunto quem eram as vítimas e ela responde: "Crianças, desde a década de 1960, vá se informar". Assim termina a era Obama. A praça que festejou assistindo no telão as comemorações na Chicago natal do primeiro presidente negro dos EUA, emudeceu.

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