Em apoio a Hillary, Obama rejeita visão sombria mostrada por Trump

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Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia Trevisan ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA No mais importante discurso de apoio a Hillary Clinton da convenção democrata, o presidente Barack Obama rejeitou nesta quarta-feira, 27, a visão sombria dos EUA apresentada pelo republicano Donald Trump na semana passada e disse que a democrata é a pessoa mais preparada para ocupar o cargo. "Nem Bill (Clinton) nem eu. Ninguém está mais preparado do que ela", disse.

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Obama foi ovacionado quando entrou no local da convenção do partido. "Estou diante de vocês hoje à noite, depois de quase dois mandatos como seu presidente, para lhes dizer que estou ainda mais otimista com o futuro da América", afirmou. "Não somos um povo amedrontado. Nosso poder não vem de uma salvador autoproclamado que promete que pode restaurar a ordem", em referência à declaração de Trump de que é o candidato da lei e da ordem que poderá resolver todos os problemas do país.

Obama exaltou os valores, a cultura e o poder americanos e defendeu a "audácia da esperança". O presidente pediu que os eleitores rejeitem o medo e elejam Hillary Clinton como a próxima presidente dos Estados Unidos. "Façam por Hillary o que fizeram por mim há oito anos", afirmou.

Ao fim de seu discurso, a candidata, que foi nomeada pelo partido na terça-feira, surpreendeu o público, entrou no palco e abraçou Obama, o que levou a plateia ao delírio.

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Obama e Hillary após discurso do presidente na convenção do partido na Filadélfia (AP) Foto: Estadão

"Isto é a América. Esses laços de afeto, a fé comum. Nós não tememos nosso futuro, nós o moldamos, nós o abraçamos, como um povo mais forte juntos do que quando estamos sozinhos", afirmou Obama. "É isso que Hillary Clinton compreende - esta lutadora, esta estadista, esta mãe e avó, esta servidora pública, esta patriota, esta é a América pela qual ela está lutando", afirmou.

O presidente usou a referência aos valores americanos para fazer outro ataque indireto a Trump. "É por isto que os que ameaçam os nossos valores, sejam fascistas ou comunistas, jihadistas ou demagogos domésticos, sempre perdem no fim."

O presidente rejeitou o "ressentimento, acusações, raiva e ódio" que, segundo ele, marcam a campanha de Trump. "Essa não é a América que eu conheço", afirmou. "A América que eu conheço é cheia de coragem, de otimismo, de criatividade. A América que eu conheço é decente e generosa".

Obama lembrou ainda que Hillary esteve sempre ao seu lado, tomando decisões. "Nada realmente prepara você para as demandas do Salão Oval", disse. "Mas Hillary esteve naquela sala, ela foi parte daquelas decisões", ressaltou. "Mesmo no meio de uma crise, ela escuta as pessoas, mantém a calma e trata a todos com respeito. Não importa quão assustadoras sejam as probabilidades, não importa quantas pessoas tentem derrubá-la, ela nunca, ela jamais desiste. Esta é a Hillary que eu conheço. Esta é a Hillary que eu passei a admirar."

Além de Obama, Trump foi atacado como uma fraude, um demagogo perigoso e uma ameaça para o futuro dos EUA pelo vice-presidente Joe Biden e pelo ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um independente que governou a maior cidade do país por 12 anos. Todos defenderam de maneira apaixonada a candidatura de Hillary.

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Biden incendiou os democratas ao descrever o bilionário como um cínico desprovido de compaixão que tem prazer em dizer "você está demitido". Bloomberg questionou o sucesso empresarial de Trump, disse que ele é um "perigoso demagogo" e o acusou de hipocrisia. "Eu sou um nova-iorquino e eu reconheço um vigarista quando vejo um", declarou o empresário.

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