Redação Internacional
21 de dezembro de 2016 | 10h28
WASHINGTON – Dois filhos do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foram acusados de organizar um evento beneficente para receber doações de até US$ 1 milhão em troca de acesso a uma recepção privada após a posse do republicano.
O Center for Public Integrity (CPI), reconhecido centro independente que promove a ética e outros temas políticos, denunciou que uma fundação sem fins lucrativos foi criada tendo Donald Jr. e Eric, filhos do presidente eleito, como diretores.
Presidente eleito dos EUA, Donald Trump (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst)
Segundo o CPI, a Opening Day Foundation planejava um evento para arrecadar fundos no dia seguinte à posse de Trump, em 20 de janeiro. Era oferecida “uma recepção privada e a oportunidade a 16 convidados de tirar fotos com o presidente Donald Trump”, assim como uma “excursão para caçar e pescar para quatro convidados com Donald Trump Jr. ou Eric Trump”, e “guitarras autografadas por um intérprete no Opening Day 2017”, entre outros benefícios.
“Ao contrário dos comitês políticos”, a lei não exige das organizações sem fins lucrativos “revelar seus contribuintes, permitindo que elas assinem cheques de sete dígitos para ter acesso ao presidente e ainda assim permanecerem anônimos”.
Além dos filhos de Trump, a Opening Day Foundation é dirigida pelo empresário Gentry Beach e por Tom Hicks Jr. filho de um magnata de Dallas. A Opening Day, uma referência ao dia da posse do presidente, “é sua oportunidade de ter um papel importante enquanto nossa família celebra a posse do nosso pai, amigo e presidente Donald J. Trump”, diz um folheto da fundação.
A equipe de transição do magnata emitiu um comunicado negando o envolvimento dos filhos do presidente eleito no evento. “Donald Trump Jr. e Eric Trump são fervorosos amantes dos grandes espaços e defensores dos esforços de conservação, o que os alinha com as metas deste evento, mas não estão envolvidos com isso de qualquer modo”, declarou a porta-voz Hope Hicks. “O evento Opening Day e os detalhes divulgados são apenas conceitos iniciais, que jamais foram aprovados ou perseguidos pela família Trump”, explicou Hicks. / AFP
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