Hillary aposta em mudança de votos no colégio eleitoral

Trump diz não acreditar na CIA, mas líder do Partido Republicano no Senado defende inquérito sobre interferência russa

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Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia TrevisanCORRESPONDENTE / WASHINGTON

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A campanha de Hillary Clinton apoiou nesta segunda-feira o pedido para que a CIA apresente aos integrantes do colégio eleitoral americano as conclusões da investigação sobre interferência da Rússia na disputa eleitoral com o suposto objetivo de beneficiar Donald Trump. Apesar de o presidente eleito ter colocado em dúvida a avaliação da comunidade de inteligência, líderes de seu partido defenderam que o Senado investigue o assunto.

Os membros do colégio eleitoral se reunirão na próxima segunda-feira para oficializar o resultado da corrida presidencial, que deu a Trump 306 dos 538 votos do colegiado - para vencer, ele precisava de no mínimo 270. Pelo menos um representante do Partido Republicano disse que não votará em Trump, contrariando a regra que o vincula ao resultado da disputa no Estado.

Candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton ( Foto: AFP PHOTO / Jewel SAMAD)

Alguns integrantes do Partido Democrata também defendem que o colégio eleitoral bloqueie a escolha de Trump, sob o argumento de que ele não é qualificado para ocupar a presidência. Em carta ao diretor da CIA, James Clapper, um grupo de dez integrantes do colégio eleitoral pediu que a agência compartilhe com os delegados as informações sobre ações russas.

Em nota, o diretor da campanha de Hillary, John Podesta, disse que a democrata é favorável ao pedido. E-mails de Podesta foram interceptados, entregues ao WikiLeaks e divulgados durante a campanha.

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Segundo a imprensa americana, a comunidade de inteligência dos EUA responsabilizou a Rússia pelo ataque, visto como tentativa de beneficiar Trump. Um dos argumentos é a suspeita de que os russos também teriam interceptado comunicações do Partido Republicano, mas decidiram não divulgá-las.

O futuro presidente disse não acreditar na CIA, em um ataque público sem precedentes de um líder do país à agência. "São as mesmas pessoas que disseram que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa", disse nota de sua equipe de transição.

Nesta segunda-feira, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell discordou de Trump e declarou ter "confiança máxima" na CIA. Integrantes do partido na Câmara e no Senado se uniram aos democratas na defesa de investigação dos ataques, mas foram claros em dizer que a posição não significava um questionamento do resultado da eleição.

A sombra de Moscou pode dificultar a confirmação da provável escolha de Trump para chefiar a diplomacia americana. De acordo com relatos da imprensa americana, o cargo será ocupado pelo CEO da Exxon-Mobil, Rex Tillerson, que tem negócios com a Rússia e recebeu uma comenda do presidente Vladimir Putin em 2013.

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