Mais de 120 republicanos assinam carta pedindo que partido deixe de financiar a campanha de Trump

Grupo considera que corrida à Casa Branca já está perdida e que esforços devem se concentrar em manter a maioria conservadora no Congresso

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Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Mais de 120 republicanos entregaram na terça-feira uma carta ao presidente do partido pedindo que o grupo deixe de financiar a campanha do magnata Donald Trump em sua corrida à Casa Branca. Eles consideram que a disputa já está perdida e que se deve concentrar os recursos em manter a maioria conservadora no Congresso.

Na carta, os 123 signatários asseguram que a mera presença de Trump ameaça tornar as eleições de novembro, não apenas as presidenciais, em uma "vitória arrasadora" dos democratas.

Candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump ( Foto: REUTERS/Carlo Allegri)

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Atualmente, os republicanos têm maioria confortável tanto no Senado como na Câmara dos Representantes. Segundo a carta, essa vantagem poderiam se dissipar em favor do partido da ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Um das signatários da carta, Sharon Castillo, que trabalhou como assessora nas campanhas presidenciais republicanas de George W. Bush em 2004 e Mitt Romney em 2012, afirmou que a campanha de Trump "está afundando" e que "pode causar um desastre" em seu caminho.

Segundo Sharon, a carta representa um "pedido respeitoso" ao presidente do partido, Reince Priebus, para realocar os fundos disponíveis às "disputas no Congresso que estão em perigo" e advertiu que ao não fazê-lo, a responsabilidade de perder o controle das Câmaras recairá sobre a direção republicana.

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"Se vier a perder o Congresso, grande parte da responsabilidade recairá sobre o partido. Eles terão que viver com esta realidade", afirmou Sharon, revelando que ainda não receberam uma resposta de Priebus.

Além do motivo estratégico de manter o Congresso, ela explicou que há um cenário político de oposição a um candidato que "não é conservador", não está preparado para a política pública e que representa uma "vergonha" para o cenário internacional.

Sharon ainda mencionou os seguidos insultos de Trump aos imigrantes e a proposta do empresário de construir um muro na fronteira com o México.

A carta também é assinada pelos representantes da Câmara Scott Rigell e Reid Ribble, assim como o ex-senador Gordon Humphrey e outros sete ex-congressistas, como Chris Shays, Tom Coleman e Vin Weber.

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Embora muitos dos signatários tenham declarado que não votarão em Trump e alguns terem demonstrado a sua intenção, a carta apenas visa defender as maiorias republicanas no Congresso e observa que não representa "apoio a ninguém".

"Isso não deve ser uma decisão difícil, porque as chances de Trump ser eleito se evapora a cada dia que passa", conclui a carta.

O pedido se soma a outra carta assinada por 50 nomes importantes do Partido Republicano, divulgada na semana passada, em que expressaram sua oposição a Trump por representar um "perigo" para a segurança do país. / EFE

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