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Na reta final das convenções republicanas, Trump busca unificar partido e esquecer polêmicas

Neste momento, oposição a Hillary Clinton é o elemento que une os republicanos; equipe do empresário tenta lidar com as acusações de plágio em relação ao discurso de sua esposa, Melania Trump

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Na véspera do final do show dos republicanos em Cleveland, no Estado de Ohio, Donald Trump focou na quarta-feira na necessidade de unificar um partido dividido e virar a página das polêmicas que causam distrações.

Aclamado no dia anterior como candidato presidencial do Grande Velho Partido, o magnata de 70 anos parece estar agora colocando ordem na casa, após meses de brigas e um último suspiro rebelde no início da convenção republicana, há dois dias. "Este é o partido de Trump agora", disse à emissora CBS o chefe da campanha do empresário, Paul Manafort.

Apesar de experiente no mundo dos negócios, o empresário Donald Trump é um 'aprendiz' no mundo político Foto: REUTERS/Mike Segar

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"A convergência entre a campanha de Trump e o partido foi perfeita", acrescentou Manafort, ao assinalar que os republicanos concordam que o empresário nova-iorquino é o candidato "mais forte e com a melhor visão" para brigar pela presidência dos Estados Unidos.

Fiel a sua personalidade de "showman", Trump pousou com seu helicóptero em Cleveland e saudou seus seguidores, impressionados de apertarem a mão do empresário que promete "devolver a grandeza" do país.

Mas será seu discurso desta quinta-feira, 21, que deverá fechar os eventos da semana e oficializar sua candidatura na eleição de 8 de novembro contra a provável candidada democrata Hillary Clinton.

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Polêmicas. A oposição contra a ex-secretária de Estado é o elemento que une os republicanos, já que o nome da democrata estará na boca dos oradores em Cleveland que a descrevem como mentirosa e sempre mencionam o caso dos e-mails.

O governador de New Jersey, Chris Christie, incitou na terça-feira os delegados a declararem Hillary como "culpada" por seus supostos erros na diplomacia americana em Cuba, na Síria e na Líbia. "Acabem com ela", gritou à tribuna.

Treze meses depois de uma campanha que viu Trump derrotar 16 aspirantes e esmagar a teimosa oposição interna, o magnata imobiliário disse que chegou a hora de "ir até o final" e conquistar a Casa Branca.

"O que começa em Cleveland terminará na Casa Branca", disse Mike Pence, companheiro de chapa de Trump ao receber o magnata, em sua segunda viagem da semana à cidade da região dos Grandes Lagos, protegida por fortes medidas de segurança.

A equipe de Trump também tentou enterrar a polêmica pelas acusações de plágio em relação ao discurso de sua esposa, Melania Trump, na segunda-feira durante a convenção. Uma integrante da campanha do empresário admitiu ter usado frases de Michelle Obama para montar o discurso que deu à ex-modelo eslovena e pediu desculpas pelo "caos que causou".

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O senador Ted Cruz, finalista das primárias republicanas, subirá ao palco do Quicken Loans Arena de Cleveland. Suas palavras serão seguidas de perto para ver até onde conseguirá ajudar o magnata, que em maio o havia qualificado de "mentiroso patológico".

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"Nosso partido tem um candidato", disse na quarta-feira em um ato paralelo antes de ser interrompido pelas vaias de seus seguidores.

A família de Trump tem sido o principal suporte do candidato. Depois de Melania, sua filha Tiffany e seus filhos Donald Jr. e Eric subirão ao palco para mostrar o lado humano do pai, visto por muitos como explosivo e egocêntrico.

Donald Jr., de 38 anos, casado e pai de cinco crianças, fez na terça-feira uma eloquente defesa de seu pai, mesclando assuntos de política - imigração, energia e segurança - com situações familiares. "Para o meu pai, o impossível é só o ponto de início", destacou.

Muro. Cleveland, uma cidade de 400 mil habitantes, está sob severas medidas de segurança, com a polícia onipresente e atenta às inúmeras manifestações, que geralmente ocorrem sem incidentes graves.

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Latinos durante manifestação em Cleveland contra a promessa do candidato republicano Donald Trump de construir um muro na fronteira dos EUA com o México Foto: EFE/Justin Lane

Um grupo de manifestantes marchou na quarta-feira em protesto contra as políticas migratórias do candidato republicano, que promete deportar os 11 milhões de imigrantes do país. Alguns colocaram um grande tecido com inscrições como "Isolem o Trump".

Além disso, várias pessoas foram detidas perto do local da convenção, quando manifestantes tentaram queimar uma bandeira dos Estados Unidos, informou a polícia.

Trump lançou sua candidatura há 13 meses em seus escritórios de Manhattan, em Nova York, declarando que os imigrantes mexicanos sem documentos eram estupradores e narcotraficantes. Mas desde então tem desafiado todos os manuais de eleições: insulta imigrantes e muçulmanos, muda o complexo andamento da campanha e prefere a cobertura gratuita da mídia livre à propaganda projetada.

"É incrível. É surreal. Estou muito orgulhoso do meu pai, todos estamos", disse na terça-feira à CNN a filha mais velha do magnata imobiliário, Ivanka.

Trump encontra em 2016 um Partido Republicano que deu uma brusca guinada à direita. Contra o casamento homossexual e o aborto, protecionista de mercado, a favor do uso do carbono, e entusiasta de um grande muro na fronteira com o México, o programa partidário adotado na convenção parece olhar para o passado. / AFP

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Veja abaixo: Melania Trump é acusada de plagiar discurso

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