Nove ações de última hora de Obama antes do governo Trump

A TV CNN listou nove ações do presidente Barack Obama desde o dia da eleição até a posse de Donald Trump para tentar solidificar parte de seu legado. Muitas de suas ações não poderão ser revertidas facilmente pelo novo presidente

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Por Redação Internacional
Atualização:

A TV CNN listou nove ações do presidente Barack Obama desde o dia da eleição até a posse de Donald Trump para tentar solidificar parte de seu legado. Muitas de suas ações não poderão ser revertidas facilmente pelo novo presidente.

Obama, em foto de 20122. Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

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1 - Sanções contra a Rússia

Ação de Obama: Respondeu ao que chamou de interferência da Rússia nas eleições presidenciais com sanções a Moscou. Membros de seu governo estavam ansiosos para aplicar a punição antes de Trump assumir. Simultaneamente, Obama pediu a sua equipe um relatório completo das ações da Rússia antes de ele deixar o cargo.

Posição de Trump: Trump defende a posição russa de que não teve qualquer envolvimento ou influência nas eleições americanas. Ele atribui a reação do presidente ao fato de seu partido, o Democrata, não aceitar a derrota de sua candidata Hillary Clinton.2 - Proibição de Perfuração no Ártico

Ação de Obama: No mês passado, Obama baniu indefinidamente a perfuração de partes do Ártico e do Oceano Atlântico. Diferentemente de banimentos anteriores, a medida recorreu a uma lei de décadas atrás que dá ao presidente o poder de limitar arrendamentos de terra para terceiros. O plano foi ridicularizado pelos republicanos, mas a Casa Branca afirma que Trump não será capaz de revertê-lo sem uma batalha judicial.

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Posição de Trump: Trump ainda não falou se tentará desfazer alguma ação específica de Obama sobre perfuração. Mas tem prometido genericamente afastar regulações relacionadas ao meio ambiente "matadoras de emprego".3 - Processo de Paz no Oriente Médio

Ação de Obama: Após anos de tentativas frustradas de estabelecer um diálogo de paz entre israelenses e palestinos, Obama decidiu permitir à delegação americana no Conselho de Segurança da ONU a se abster em uma resolução que condena os assentamentos israelenses. A posição americana permitiu que o texto fosse aprovado. Dias depois, o chefe da diplomacia americana, John Kerry, fez um duro e último discurso sobre a posição americana de crítica a Israel.

Posição de Trump: Em resposta ao discurso e à resolução, Trump pediu ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que "aguente firme até o dia 20", quando toma posse. Trump também indicou um linha-dura, defensor dos assentamentos para ser o próximo embaixador americano em Israel e ameça transferir a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém.

O secretário de Estado, John Kerry. Foto: Cliff Owen/AP

4 - Inscrição ao Obamacare

Ação de Obama: Democratas, com a proteção de Obama, fizeram um esforço nos últimos meses do ano passado para impulsionar a inscrição das pessoas ao programa do Obamacare. Cerca de 6,4 milhões de americanos se inscreverem, um salto de 400 mil em um ano. A Casa Branca acredita que quanto mais pessoas inscritas, mais difícil será para os republicanos rechaçarem a lei.

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Posição de Trump: O presidente eleito já adiantou que tomará medidas para reverter o Obamacare no seu primeiro dia no cargo. Ele tem pressionado congressistas republicanos a buscarem caminhos para ajudá-lo nessa empreitada.5 - Novos monumentos nacionais

Ação de Obama: Na última semana de dezembro, Obama criou dois monumentos nacionais no Oeste americano: um na área de Bears Ears, em Utah, e outro, Golden Butte, em Nevata. Ambos vieram com controvérsias, com oponentes dizendo que a ação poderia prejudicar a economia.

Posição de Trump: Trump não emitiu opinião sobre os monumentos, mas republicanos no Congresso desses dois Estados, Utah e Nevada, já manifestaram seu descontentamento com as medidas. Jason Chaffetz, de Utah, disse que tentará fazer com que Trump reverta a lei que cria os monumentos, algo que nunca foi feito antes.

 

Bears Ears, no Estado de Utah. Foto: Mark Holm/The New York Times

6- Encerrar programa de registro nacional

Ação de Obama: O Departamento de Segurança Interna anunciou no fim de dezembro que estava desmantelando um programa da era Bush usado para rastrear, principalmente, homens árabes e muçulmanos nos EUA. Congelado desde 2011, o programa, conhecido como NSEERS, poderia ser usado para fornecer as bases do registro de muçulmanos que Trump prometeu fazer. Se quiser levar adiante seu projeto, o republicano terá de elaborar novo programa do zero.

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Posição de Trump: A equipe do magnata ainda não especificou como Trump lidará com a imigração islâmica, mas ele tem recuado em sua promessa inicial de banir todos os muçulmanos do país. Sua equipe também afirmou que ele não recorreria ao NSEER, e o futuro presidente focaria em "países onde é sabido que há uma alta propensão ao treinamento e exportação de terroristas".7 - Transferências de Guantánamo

Ação de Obama: O presidente informou aos congressistas sobre seus planos de transferir quase um terço da população restante da prisão de Guantánamo para outros países antes de encerrar seu mandado. Desde então, quatro prisioneiros já foram transferidos e o presidente pretende fazer o mesmo com 19 esta ou na próxima semana.

Posição de Trump: Durante sua campanha, Trump prometeu não apenas manter a prisão aberta, mas mandar novos "caras maus" para lá.

8 - Perdões e comutações Foto: Estadão

Ação de Obama: Obama tem reduzido as sentenças de mais de mil presos de crimes não violentos ligados a drogas e perdoado outros mil. A medida é parte de um esforço de estabelecer um sistema judiciário criminal mais justo e harmonizar as sentenças existentes com as normas atuais. Obama concedeu clemência a 231 pessoas em apenas um dia.

Posição de Trump: O republicano não deixou muito claro sua posição sobre clemência, mas sua escolha para secretário de Justiça, Jeff Sessions, é uma voz oponente à clemência para condenados de crimes ligados a drogas. Sessions já declarou considerar as clemências concedidas por Obama um "alarmante abuso do poder de perdão".

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9 - Discursos

Despedida de Obama: Obama deve usar seu discurso na noite desta terça-feira em Chicago para pressionar contra o que ele tem alertado para tendência tribalista e isolacionista.

Posse de Trump: Um porta-voz da equipe de Trump afirmou que o magnata tentará falar sobre "unir a América, reunir a América de novo".

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