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Partidários de Trump invadem comício democrata

Participantes de evento de Hillary mostram tolerância com protesto de eleitores do candidato republicano

Por Redação Internacional
Atualização:

Carregando nas costas bandeiras com o nome Trump e o slogan "Tornar a América Grande de Novo", os amigos Matt Catanzaro e Brian Wedlock decidiram manifestar seu apoio ao candidato republicano no evento que a democrata Hillary Clinton realizou ontem em Scranton, na Pensilvânia. "Ela veio a minha cidade e quero mostrar que há apoiadores de Trump aqui", disse Catanzaro.

Os estudantes de 18 anos atraíram olhares e a curiosidade de fotógrafos e jornalistas, mas foram tolerados pelos participantes do comício. O que aconteceria se eles fossem eleitores de Hillary e fizessem o mesmo em um comício de Trump?, questionou a reportagem aos dois amigos.

Matt Cataranzo e Brian Wedlockparticipam de comício de Hillary em Scranton com camisetas de Trump Foto: Cláudia Trevisan/Estadao

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Provavelmente, estaríamos no hospital ou algo parecido", disse Wedlock. "O orgulho de Trump é tão grande, o orgulho de ser americano é tão grande, que algumas pessoas podem ficar agressivas."

Catanzaro disse que o evento de ontem foi o segundo do qual participou usando símbolos da campanha do candidato republicano. "Saí mais cedo do primeiro porque não tolerava o que ela dizia. Mas tenho de dar crédito a Hillary, pois não fui ameaçado nem agredido", afirmou. O estudante observou que não teve a mesma recepção em eventos de Bernie Sanders, derrotado na disputa pela candidatura democrata.

Os dois amigos elogiaram as posições de Trump em relação a imigrantes e sua proposta de construir um muro na fronteira com o México. "Ele vai criar muitos empregos para patrulhar a fronteira e construir o muro. E é uma boa ideia suspender de maneira temporária a imigração de muçulmanos, quando há tantos atentados terroristas no mundo", disse Catanzaro.

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"Apoio Trump porque ele fala o que pensa. Ele é um de nós. Só é muito mais rico que nós", afirmou Wedlock. Em sua opinião, Hillary poderá desencadear uma guerra civil caso tente eliminar a Segunda Emenda da Constituição, que trata do direito ao porte de armas. A candidata defende checagens mais estritas de antecedentes para compradores de armas e a proibição da venda de fuzis semiautomáticos, mas nunca propôs a revogação da lei, o que só pode ser feito por decisão do Congresso.

Seguidores de Trump e da candidata do Partido Verde também se manifestaram do lado de fora do ginásio de esportes onde Hillary reuniu cerca de 3 mil pessoas. Em uma calçada, os verdes defendiam a legalização da maconha e sua candidata, Jill Stein. Do outro lado da rua, simpatizantes de Trump se reuniam em frente a um caminhão decorado com a foto do candidato e alguns de seus slogans de campanha: "Construa o muro" e "Mantenha a droga mexicana no México".

O caminhão é de Bob Bolus, dono de uma empresa de guincho, que diz ter outros veículos com mensagens pró-Trump. "Tenho muito respeito por alguém que se levanta e representa a América gastando o próprio tempo e dinheiro", disse, referindo ao candidato republicano.

Kayla Crowlley, de 26 anos, era uma das pessoas que protestavam em frente ao caminhão de Bolus. Carregando cartaz com os dizeres "Hillary para a prisão 2016", Crowlley disse que não votará na democrata por considerá-la corrupta. Ecoando teorias conspiratórias repetidas nos programas de rádio de extrema direita, ela disse que 46 pessoas que conheciam os Clintons cometeram suicídio, afirmação que não tem nenhum fundamento na realidade.

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