Protesto contra Trump terá gorro de lã rosa como símbolo

Chamados de 'pussy hats', os objetos representam um trocadilho, pois a palavra 'pussy' pode significar, em inglês, um pequeno gato e, de forma pejorativa, o órgão sexual feminino - alusão ao áudio polêmico do republicano divulgado durante a campanha

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Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Um gorro de lã rosa com orelhas de gatinho foi escolhido como símbolo da Marcha das Mulheres, projeto que será realizado neste sábado, durante eventos relacionados a posse do novo presidente americano, Donald Trump, que deve contar com a presença de celebridades como Katy Perry, Julianne Moore, Cher e Scarlett Johansson.

A escolha do objeto começou com duas costureiras da Califórnia. Elas lançaram um apelo na internet para que o gorro representasse a "identidade visual colética e única" da marcha. A adesão de milhares de mulheres americanas à causa culminou em mais de 60 mil gorros.

Mulheres da Califórnia exibem os 'pussy hats', gorros cor de rosa, criados para protesto contra Trump (Reprodução/Instragram/thread.winners) 

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Chamados de "pussy hats", os objetos representam um trocadilho, pois a palavra "pussy" pode significar, em inglês, um pequeno gato e, de forma pejorativa, o órgão sexual feminino. A palavra em seu segundo sentido apareceu em um áudio de 2006 vazado durante a campanha de Trump. Na gravação, ele diz "Quando você é uma estrela, (as mulheres) deixam você fazer o que quiser. Pode agarrá-las pela b*****".

A nova-iorquina Wendy Peace explicou a importância que o gorro de lã terá durante a manifestação "É muito mais que um símbolo contra Donald Trump, é um símbolo de nossa união e um apelo à ação em defesa de nossas conquistas". Peace, que foi à The Knitty City, loja de confecções em Manhattam para pegar um gorro, decidiu se juntar à causa após ver a dedicação das mulheres no local. "Decidi ficar, mesmo não sabendo tecer. Elas estão me ajudando. É muito emocionante (...) e é muito importante para mostrar ao próximo governo que estamos unidas", diz.

A professora da The Knitty City, Maxine Levinson, já teceu 15 gorros e afirmou que o objeto não é só uma forma de protesto contra Trump, mas uma maneira de "dizer ao governo que ele não pode tirar os direitos que já conquistamos". "E não só queremos o que temos, mas vamos lutar por mais. Não temos igualdade de remuneração, e queremos cobertura de saúde, não queremos que o governo nos diga o que fazer com nossos corpos, nós queremos direitos para os imigrantes, queremos o direito ao sufrágio", completa.

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As organizadoras do evento especificaram o desenho do gorro e o tipo de material a ser usado, como uma lã fúcsia da empresa familiar uruguaia Malabrigo, que já não é encontrada por Nova Iorque. Mas, nas redes sociais, é possível encontrar fotos de modelos com tons variados. / AFP

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