Redação Internacional
10 de novembro de 2016 | 05h00
Fernanda Simas
Com a eleição de Donald Trump, as relações dos EUA com países da América Latina podem sofrer mudanças, mas muito dependerá do Congresso, explica o professor de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP) Moisés Marques.
No último dia de campanha, Donald Trump discursa em comício em Manchester, no Estado de New Hampshire (Foto: Scott Eisen/Getty Images/AFP)
Como pode ficar essa relação?
Podemos pensar que Trump terá uma relação diferente em dois pontos: um, na relação com países que representem algum problema de segurança, leia-se em questão de imigração. Aí basta lembrar uma frase do Bush, ‘bons muros fazem bons vizinhos’. Trump vai aprofundar essa ideia de muro: seja físico ou virtual, esse muro vai aumentar. O segundo ponto é econômico, porque ele provavelmente vai recrudescer a questão de tratados de livre-comércio e países como Chile, Peru, Colômbia e o próprio México vão sofrer. Trump deve ser um pouco mais protecionista, pelas condições da eleição.
A relação com Cuba mudará?
Na minha percepção, o que foi feito nos últimos meses por Obama tornou quase irrevogável, mas a decisão passa pelo Congresso. As duas leis de embargo são do Congresso, que é quem pode mudar o rumo disso. A minha ressalva é como será a relação de Trump com as Casas. Cuba é menos importante do ponto de vista ideológico para os EUA nesse momento e a única coisa que pode fazer com que Trump tente reverter o processo é o fato de na Flórida ele ter recebido o voto de cubanos, mas é preciso ver o que o Congresso está disposto a fazer.
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