Redação Internacional
21 de dezembro de 2016 | 08h42
WASHINGTON – O secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, advertiu na terça-feira o presidente eleito Donald Trump que seus planos de reduzir impostos e aumentar os investimentos em infraestrutura poderiam aprofundar a crise fiscal do país.
“Se você abre uma grande brecha fiscal, o único modo de fechá-la é reduzindo as despesas e aumentando os impostos”, disse Lew em uma entrevista à emissora Fox, na qual advertiu que essas medidas colocariam em perigo programas populares de alimentação e assistência à saúde aos setores mais carentes da população.
Presidente americano eleito, Donald Trump, faz “turnê de agradecimentos” pós-eleição (FOTO: Ty Wright/Getty Images/AFP)
O déficit aumentou no último ano fiscal, que se encerrou no dia 30 de setembro, em 34% e alcançou US$ 587 bilhões, o que representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O governo vinha reduzindo este desequilíbrio desde 2009, quando – impulsionados pela crise financeira – os números vermelhos dispararam até US$ 1,4 trilhão.
No entanto, o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) projeta que, a partir de agora, o déficit voltará a crescer até atingir US$ 1 trilhão novamente em 2022, em razão do aumento nos custos associados à Previdência Social com o envelhecimento da população.
Os planos de Trump de reduzir os impostos e aumentar os investimentos em infraestruturas públicas pode, segundo Lew, agravar o déficit. “Suspeito que o ambiente em Washington não vai se concentrar tanto na brecha fiscal nos próximos anos, mas é verdadeiramente importante que a mantenhamos sob vigília”, insistiu ele em referência tanto à equipe econômica de Trump como ao Congresso, controlado pelos republicanos na Câmara e no Senado.
O republicano propôs a recomposição do sistema fiscal e uma redução da carga de impostos sobre as empresas para reativar a economia e conta com o apoio do Congresso republicano para que isso seja aprovado. / EFE
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