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Secretário do Tesouro dos EUA adverte Trump que redução de impostos deve aprofundar crise

Jacob Lew disse que medidas como aumento dos investimentos em infraestrutura ameaçariam programas populares que ajudam os setores mais carentes da população

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - O secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, advertiu na terça-feira o presidente eleito Donald Trump que seus planos de reduzir impostos e aumentar os investimentos em infraestrutura poderiam aprofundar a crise fiscal do país.

"Se você abre uma grande brecha fiscal, o único modo de fechá-la é reduzindo as despesas e aumentando os impostos", disse Lew em uma entrevista à emissora Fox, na qual advertiu que essas medidas colocariam em perigo programas populares de alimentação e assistência à saúde aos setores mais carentes da população.

Presidente americano eleito, Donald Trump, faz "turnê de agradecimentos" pós-eleição (FOTO: Ty Wright/Getty Images/AFP) 

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O déficit aumentou no último ano fiscal, que se encerrou no dia 30 de setembro, em 34% e alcançou US$ 587 bilhões, o que representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O governo vinha reduzindo este desequilíbrio desde 2009, quando - impulsionados pela crise financeira - os números vermelhos dispararam até US$ 1,4 trilhão.

No entanto, o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) projeta que, a partir de agora, o déficit voltará a crescer até atingir US$ 1 trilhão novamente em 2022, em razão do aumento nos custos associados à Previdência Social com o envelhecimento da população.

Os planos de Trump de reduzir os impostos e aumentar os investimentos em infraestruturas públicas pode, segundo Lew, agravar o déficit. "Suspeito que o ambiente em Washington não vai se concentrar tanto na brecha fiscal nos próximos anos, mas é verdadeiramente importante que a mantenhamos sob vigília", insistiu ele em referência tanto à equipe econômica de Trump como ao Congresso, controlado pelos republicanos na Câmara e no Senado.

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O republicano propôs a recomposição do sistema fiscal e uma redução da carga de impostos sobre as empresas para reativar a economia e conta com o apoio do Congresso republicano para que isso seja aprovado. / EFE

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