Redação Internacional
13 de dezembro de 2016 | 18h35
Carla Araújo
BRASÍLIA
Um mês após Donald Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos, o presidente Michel Temer telefonou no fim da manhã desta terça-feira para o magnata americano e reforçou que o Brasil tem interesse em investir em uma agenda comum dos dois países. De acordo com nota divulgada há pouco pela assessoria de imprensa do Planalto, a conversa foi “amigável e positiva”.
“O presidente Temer cumprimentou novamente Trump pela vitória nas eleições. O presidente eleito Trump apresentou condolências pelo acidente com o avião da Chapecoense e cumprimentou Temer pelas reformas e medidas para promover o crescimento do Brasil”, diz a nota. O acidente com a delegação de jogadores da Chapecoense e jornalistas no dia 29, matou 71 pessoas e causou uma onda de comoção internacional.
Segundo o Planalto, Trump e Temer concordaram que as relações Brasil-EUA “estão boas, mas ficarão ainda melhores” e acertaram de lançar, “imediatamente após a posse do novo presidente americano”, em 20 de janeiro, uma agenda bilateral para o crescimento.
Os dois presidente combinaram ainda que as equipes dos dois países se reunirão a partir de fevereiro para elaborar essa agenda. Temer destacou ao presidente americano que os empresários “dos dois países se conhecem bem e querem fazer mais negócios”. O presidente brasileiro enfatizou o interesse do País em ter mais investimentos dos Estados Unidos e disse ainda que os brasileiros continuarão a investir externamente.
Carta. Logo depois que Trump foi eleito, Temer enviou uma mensagem para parabenizá-lo e reforçou que desejava manter laços comerciais com os EUA. “O Brasil e os Estados Unidos são duas grandes democracias que compartilham valores e mantêm, historicamente, fortes relações nos mais diferentes domínios. Estou certo de que trabalharemos, juntos, para estreitar ainda mais os laços de amizade e cooperação que unem nossos povos”, escreveu.
O presidente fez poucos comentários sobre as críticas ao presidente americano eleito e em relação a possíveis mudanças na gestão Trump. No dia da vitória do republicano, Temer, em entrevista à Rádio Jovem Pan, disse que Trump não poderá exercer autoritarismo, pois há uma força institucional dos presidentes da República.
“Tenho dito que a relação com os EUA e demais países é institucional, de Estado para Estado. Os Estados Unidos têm instituições democráticas sólidas, de modo que quem assume o poder não consegue, convenhamos, exercer com todo autoritarismo. Ele exerce com a força da autoridade institucional do presidente da República. Mas há uma série de condicionantes que o presidente há de obedecer”, afirmou.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.